População reclama da permanência de pessoas bebendo na Praça Adolfo Konder
População reclama da permanência de pessoas bebendo na Praça Adolfo Konder
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) através do Código Internacional de doença (CID) F10, o alcoolismo é considerado uma doença crônica, progressiva e fatal, que leva o usuário a tornar-se tolerante ao uso, desenvolvendo sinais de abstinência.
No município de Joaçaba, na Praça Adolfo Konder, o abuso do uso de álcool por parte de um grupo, tem causado desconforto na população. A maior reclamação vem dos pais de alunos que estudam no Colégio Conexão e de frequentadores da praça que alegam que as constantes brigas e palavrões podem influenciar negativamente as crianças. Outros relatos afirmam que todos os dias, um grupo de cerca de 15 pessoas é visto, muitos deles acabam deitando nos bancos e nas plantas e até usando os jardins para urinar. Porém, por tratar-se de um problema de saúde pública, os doentes alcoólicos não podem simplesmente serem proibidos de frequentar o local. Procuramos o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), para melhor nos orientar sobre os procedimentos adotados. Segundo informou Irene Moreira da Silva, coordenadora do Creas, o direito de ir e vir permite que os usuários estejam na praça. Porém na medida em que estão sendo observadas brigas, escândalos e desrespeito, cabe a Polícia Militar intervir. É de responsabilidade da equipe do Creas, abordar os indivíduos que se encontram caídos no local, verificando se são moradores da cidade, se possuem família ou estão em trânsito no município. O trabalho seria educativo e de aconselhamento. Acompanhamento e tratamento Nas dependências do Creas, os doentes encontram um local para, se necessário for, tomarem um banho, se alimentarem e colocarem uma roupa limpa com um posterior cadastro. Marcelino Vuffo monitor social do Creas, salienta que quando se verifica no doente, a vontade de sair da situação que se encontra, cabe ao Creas encaminhá-lo para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou até mesmo para uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) que poderão optar pela internação ou outro tratamento mais adequado. Auxílio Saúde Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontam que o alcoolismo é o principal motivo de pedidos de auxílio-doença por transtornos mentais e comportamentais por uso de substância psicoativa. Neste sentido, um ponto que tem causado polêmica é o acesso de grande parte dos usuários a um auxílio no valor aproximado de um salário mínimo. No país o número de pessoas que precisaram parar de trabalhar e pediram o auxílio devido ao uso abusivo do álcool teve um aumento de 19% nos últimos quatro anos, ao passar de 12.055, em 2009, para 14.420, em 2013. Apesar das críticas, Marcelino afirma que a maior parte do dinheiro serve para pagar o local onde o usuário dorme e o restaurante onde ele almoça, já que a grande maioria perdeu o vínculo com os familiares. “Do valor do auxílio, não sobra quase nada para o usuário consumir bebidas alcoólicas. A maioria se embriaga com os recursos que eles arrecadam na rua. A sociedade não está preocupada na recuperação do usuário e sim em retirá-lo do local. Nós trabalhamos com a prevenção e com o resgate da auto-estima e da saúde dos mesmos”, salienta o monitor. Outra questão ressaltada pelos colaboradores do Creas, é que além desse trabalho são feitas reuniões com os doentes alcoólicos a cada 15 dias, mediadas por psicólogas. As famílias que por ventura buscam o retorno do convívio podem participar dos encontros. Cabe ao Creas os trabalhos de redução de danos e inclusão social. Toda a questão que envolve a saúde é de responsabilidade do Caps. Outra alternativa para o doente alcoólico que busca a reabilitação, são as reuniões do grupo de Alcoólicos Anônimos que acontecem no município de Herval d’Oeste todas as segundas e sextas-feiras sempre às 20h no posto de puericultura ao lado da igreja Matriz.