"Ela está sendo bem acolhida", diz advogado de acusada de matar o marido e colocar o corpo em freezer

Defesa fez coletiva de imprensa e reforçou que ela sofria violência psicológica e sexual.

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Foto: Eder Luiz
Foto: Eder Luiz

Claudia Tavares Hoeckler, de 40 anos, está sendo bem acolhida após sair do Presídio Regional Feminino, em Chapecó, afirma o advogado de defesa dela, Marco Alencar. Ela está em liberdade desde a semana passada, após o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, através da 1ª Câmara Criminal, conceder um Habeas Corpus.

O advogado de defesa afirma que no pedido encaminhado ao TJSC houve a alegação de que Cláudia tem residência fixa, tem trabalho lícito e no dia anterior ao crime teria sofrido violência doméstica. Claudia é autora confessa de assassinar o marido, Valdemir Hoeckler, aos 52 anos, em novembro do ano passado, no município de Lacerdópolis, no Meio-Oeste de Santa Catarina.

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"Ela perdeu 36kg na prisão. Disse que não deseja isso para ninguém. Ela chegou a ter problemas de saúde, mas não teve desrespeito por ninguém na prisão. Lá dentro, foi bem tratada, entenderam que o marido era o vilão. Agora, ela está se reencontrando com a vida. Ela ainda não desligou a chave que está solta. Tem sido muito bem acolhida. Saiu da cadeia com a roupa do corpo e está sendo agraciada com a boa ação de mulheres que entenderam o lado dela", disse o advogado.

As informações foram prestadas em uma coletiva de imprensa, realizada de forma virtual, na manhã desta terça-feira, dia 22. Na oportunidade, o advogado falou de diversos assuntos envolvendo a cliente dela, e reiterou que sempre teve convicção de que conseguiria a liberdade de Claudia antes do julgamento.

"Era um caso que envolvia situações de violência doméstica e relacionamento abusivo, que culminou na morte dele. Quando tudo tivesse demonstrado no processo, com provas, era questão de tempo isso acontecer. Foi um ato de desespero. Ela se viu acuada", reforça o advogado.

Alencar lembra que Claudia sofreu diversos atos de violência psicológica e sexual pelo então marido, e que ele também tinha como alvo a filha, que chegou a sair de casa para deixar de presenciar o fato. Houve, inclusive, uma medida protetiva para Claudia, mas que foi retirada a pedido dela após, segundo relato do advogado, Valdemir ameaçar a própria filha.

"A defesa buscou trazer a versão de Claudia, que todos deveriam saber o que acontecia naquela casa. Claudia, agora, vai passar por avaliações. Arrolamos oito assistentes técnicos, como legistas, peritos, psicólogos, para demonstrar a dinâmica do crime. É possível, ainda, mostrar através de conversas com amigas, de três anos antes, que falavam que não ia acabar bem".

"O relacionamento da vítima com os filhos era conturbado. Com a filha e com Patríck, não era normal. Havia ciúmes, desencontro de gostos. Hoje, temos Gabriela, que perdeu o pai, mas apoia a mãe, e Patrick [que não é filho de Claudia] e não apoia os outros dois irmãos".

Agora, resta uma decisão da magistrada para definir se ela vai para o Tribunal do Júri, que é o pedido dos advogados que defendem a família da vítima. A defesa de Claudia pede a absolvição. A primeira parte do processo já foi encerrada, onde todas as testemunhas foram ouvidas. Claudia agora precisa ficar por 90 dias em Joaçaba, de onde não pode sair. Ela é acompanhada.

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