145 mil pessoas não se vacinaram contra HPV em SC; imunizante previne câncer

A imunização é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos, além de vítimas de abuso sexual.

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Foto: Divulgação/Julia Prado/MS
Foto: Divulgação/Julia Prado/MS

Em Santa Catarina, 145.160 crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos ainda precisam receber a vacina contra o HPV. O número foi confirmado pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) nesta quarta-feira (3).

Segundo a Dive, os meninos são os menos imunizados deste número. Ao todo, são 95.707 que deveriam já ter se vacinado. Em contrapartida, o número de meninas é quase a metade, 49.452.

Em suas formas mais graves, o HPV pode gerar câncer. O câncer de colo de útero, por exemplo, está ligado em 70% ao número de contaminações pelo papilomavírus humano.

Desde esta segunda-feira (1º), a vacinação contra o HPV no Brasil passou a ser feita em dose única. O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. Até então, o país utilizava um esquema de duas doses para combater a infecção, principal causadora do câncer de colo de útero.

O médico Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explicou que a adoção do esquema de apenas uma dose é benéfica para a população.

“Estudos mais aprofundados já nos dizem que reduzir uma dose do esquema não traz tantos problemas. E, claro, faz as pessoas se vacinarem mais, pois conseguimos vacinar o dobro do público-alvo”, explica.

O modelo, segundo o médico, já é seguido em muitos países desenvolvidos como o Reino Unido, a Austrália e ao menos outras 37 bandeiras.

Outra declaração de Kfouri para incentivar a população a levar seus filhos para se vacinar é que: “todos nós queremos uma vacina contra o câncer e ela existe e está disponível nos postos de saúde”, declarou.

Quem pode se vacinar

A imunização no Brasil, atualmente, é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos; vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham sido imunizadas previamente; pessoas que vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.

A infecção

O HPV é considerado atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e o principal causador do câncer de colo de útero. A estimativa do ministério é que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil todos os anos.

Apesar de se tratar de uma enfermidade que pode ser prevenida, ela segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de morte por câncer em mulheres – sobretudo negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.

Tipos de HPV

Existem pelo menos 12 tipos diferentes de HPV que podem causar câncer. Esses tipos têm maior probabilidade de causar infecções persistentes e estão associados a lesões que podem se tornar cancerígenas. Dois desses tipos, chamados 16 e 18, estão presentes em cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Por outro lado, existem outros tipos de HPV, como o 6 e o 11, que não causam câncer. Esses tipos são responsáveis por cerca de 90% dos casos de verrugas genitais e verrugas na garganta, mas não estão associados ao desenvolvimento de câncer.

Sinais e sintomas

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), entre os sintomas do câncer de colo do útero em estágio inicial estão:

  • Manchas de sangue irregulares ou sangramento leve entre períodos em mulheres em idade reprodutiva;
  • ou sangramento pós-menopausa;
  • Sangramento após a relação sexual;
  • Aumento do corrimento vaginal, às vezes com mau cheiro.

Conforme o câncer de colo do útero avança, sintomas mais graves podem aparecer, incluindo:

  • Dores persistentes nas costas, perna ou pélvis;
  • Perda de peso, fadiga e perda de apetite;
  • Corrimento vaginal com mau cheiro e desconforto vaginal;
  • Inchaço de uma perna ou ambas.

Outros sintomas graves podem surgir em estágios avançados, dependendo de quais órgãos o câncer afetou.

O diagnóstico do câncer de colo do útero deve ser feito pelo exame histopatológico. O estadiamento é feito com base no tamanho do tumor e na disseminação da doença dentro da pélvis e para órgãos distantes.

O tratamento depende do estágio da doença e as opções incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Fonte:

ND+

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