Assista: Família de homem encontrado morto em freezer está estarrecida com pedido de exumação, diz advogado
Ao Portal Eder Luiz, advogado do caso Valdemir Hoeckler relata ainda que acusada dormiu ao lado do freezer para vigiá-lo.
Em entrevista ao Portal Eder Luiz, o doutor Álvaro Alexandre Xavier, advogado da família de Valdemir Hoeckler, 52 anos, encontrado morto no freezer em Lacerdópolis em novembro do ano passado, disse que eles ficaram estarrecidos com o pedido de exumação feito pelos advogados de Claudia Hoeckler, 40 anos, conforme revelado pelo portal na semana passada.
A defesa da acusada entregou à Justiça um documento da mulher que confessou ter matado o marido, com a intenção apurar as causas da morte, que não foram encontradas na necropsia e que demonstrou apenas que havia vestígios de medicamento para dormir no corpo da vítima. A defesa alega que ela pode nem mesmo ter matado Valdemir, embora tivesse a intenção, mas que pode ter colocado o homem ainda vivo dentro do freezer ou ele ter sofrido um mal súbito.
Na entrevista feita pela reportagem do Portal Eder Luiz nesta semana com o advogado Álvaro Alexandre Xavier, ele relata que toda a família e a própria acusação acham que o pedido é infundado, inclusive sob pena de que pioraria a situação da ré. Xavier argumenta que colocar Valdemir vivo e dopado no freezer também resultaria na morte dele.
"A família ficou estarrecida com essa pretensão de exumação do corpo, inclusive de forma surpreendente, por serem absurdos os argumentos. Isso até pioraria situação para a ré. Os argumentos seriam, segundo entendi, que ela, de forma culposa, colocaria ele ainda vivo dentro do freezer. Pensando de uma forma leiga, você pega um indivíduo, dopa ele, ainda vivo, amarra e coloca dentro do freezer. Vou esperar que ele fique vivo ali dentro? Seria super cruel, porque ele morreria de hipotermia", disse.
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Na entrevista, o advogado também relata como a família está encarando toda esta situação. Conforme Xavier, este novo pedido acaba fazendo com que eles revivam toda a dor sentida na época dos fatos. Sobre o argumento de que Claudia era vítima de violência doméstica, tortura psicológica e abuso, o advogado diz que não há provas.
"Não há indícios dessa suposta tortura. Temos uma ré que saía a hora que queria, geria os bens da família e controlava a situação financeira da casa. Os filhos e a família, toda vez que há manifestação pública, se sentem novamente atacados. Temos o Jonathan, um filho super apegado ao pai, que dormiu na casa sem saber que ele estava no freezer. Segundo Jonathan, na época, ele pediu que Claudia fosse dormir penalizado com a situação. No entanto, ela colocou uma poltrona ao lado do freezer dizendo que sonhou que ele entraria pela porta, e iria ficar ali esperando que isso acontecesse. Mas ela estava vigiando o freezer, o que o deixa indignado", revelou.
Sobre o boletim de ocorrência registrado por Claudia dando conta de uma violência doméstica, o advogado diz que isso não pode justificar um assassinato. Conforme o argumento, se toda briga familiar terminasse em "morte", haveria uma gama de homicídios na região. Ele ainda contou na entrevista que está trabalhando para provar que Valdemir era um bom marido.
"Violência doméstica não justifica matar. Casais brigam, chegam a se agredir, fazem boletim de ocorrência e depois estão abraçados. Então, dizer que este único boletim seria motivo para esta barbaridade seria um delírio jurídico. Tenho conversado com vizinhos e pessoas próximas que estão chocados com a atitude dela. São as pessoas de longe que estão dando 'pitaco'. As pessoas dali [próximo] não conseguem compreender que um casal que recebia em casa famílias e amigos tenha terminado assim. Então, tenho uma visão que ele era um bom marido, dedicado, e fazia todos os desejos da esposa, que tinha total liberdade".
Por fim, o advogado também comentou sobre o desejo de pedir o aditivo de mais uma qualificadora no processo. "Vou conversar com o Ministério Público sobre colocar mais uma qualificadora. Não vou falar agora, mas com os elementos que colhemos, entendo que pode haver sim. Não só todo o percurso do processo mostra diversas atitudes da ré que vão enquadrando em motivo cruel e impossibilidade de defesa da vítima, como até motivo fútil, porque não era necessário matá-lo, uma separação seria o bastante. Vemos que foi um crime frio, premeditado e com requintes de crueldade", pontua.