ASSISTA: Defesa de advogado e esposa presos em operação do Gaeco concede entrevista ao Portal Eder Luiz

Foco da operação é lavagem de dinheiro, organização criminosa e facilitação de contato entre presos.

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Foto: MPSC
Foto: MPSC

Um advogado e a esposa dele foram presos na manhã desta quinta-feira, dia 13, em Joaçaba, durante a Operação "BALTHUS", desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e pelo Grupo Estadual de Enfrentamento a Facções Criminosas (GEFAC), em apoio à investigação conduzida pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joaçaba.

Eles apuram os crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. O caso transcorre em segredo de justiça, mas a reportagem do Portal Eder Luiz conseguiu conversar na manhã desta quinta-feira com os advogados que representam o casal preso. Bruno Luiz Martinazzo explicou que além dos dois clientes, outras quatro pessoas foram investigadas.

"Por volta das 06h45, fomos acionados pelo colega de profissão, que estava sendo alvo de busca e apreensão. Ele, supostamente, está sendo acusado deste crimes. Estamos acompanhado todos os passos. O que temos hoje é a prisão dele e da esposa de forma preventiva. Além deles, tem mais três profissionais da área e outra pessoa sendo investigados".

O advogado Anderson Fedato disse que a defesa vai buscar a impugnação da decisão de suspensão da atividade. "Realmente, uma das decisões é a suspensão. Mas ela não pode ser feita pelo magistrado, porque quem define isso é o conselho da Ordem dos Advogados do Brasil. A gente entende que, desta forma, eles podem continuar exercendo a profissão, se não forem presos".

Segundo o advogado Marco Antonio Vasconcellos Alencar, os clientes negam envolvimento. "Precisamos ter acesso a todo o conteúdo. O MPSC ainda não nos autorizou o acesso. Depois, vamos buscar a liberdade dos nossos cliente, como também resguardar o processo. O cliente negou qualquer envolvimento com organização criminosa, negou ser um advogado que leva e traz recado de presidiários", disse.

A operação

A Operação Balthus recebeu esse nome em alusão a um tipo específico de nó de gravata, o "nó Balthus". No linguajar prisional, "gravata" é o termo utilizado pelos detentos para se referir aos advogados. O nome da operação reflete diretamente o foco das investigações: advogados suspeitos de abusar de suas prerrogativas profissionais para facilitar a comunicação, ou - sintonia-, entre os presos.

Esse processo de comunicação coloca a sociedade em risco e promove o crescimento e avanço contínuo de organizações criminosas, principalmente porque tem se tornado um método eficaz para o funcionamento do sistema de comunicação entre criminosos, garantindo que as informações ilícitas permaneçam sendo transmitidas, por meio de advogados, entre eles e para terceiros.

As ordens judiciais estão sendo cumpridas nas cidades de Joaçaba, Capinzal, Ouro, Água Doce e Piratuba. Participam da operação dois Promotores de Justiça e 24 Policiais integrantes do GAECO, e 10 viaturas estão sendo empregadas na operação. A investigação segue em segredo de justiça a fim de evitar que eventual publicidade dificulte a identificação de outros possíveis envolvidos.

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