Bolo: Polícia vai investigar possível envenenamento de marido e filho da suspeita
Deise Moura dos Anjos está presa temporariamente após três pessoas morrerem após comer bolo envenenado.
A Polícia Civil pediu ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) que faça a coleta de material genético do marido e do filho da mulher suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas da mesma família em Torres, no Litoral, com arsênio, que é um elemento químico venenoso.
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O material genético a ser coletado é sangue. Não há prazo para divulgação do resultado da análise. A suspeita de ter envenenado o bolo com arsênio é Deise Moura dos Anjos, que está presa. De acordo com o delegado Cléber Lima, diretor da Delegacia de Polícia do Interior (DPI), o objetivo é para "confirmar possível envenenamento".
"O arsênio permanece no organismo. A taxa de degradação desse veneno é baixa. Então, é possível a detecção dele mesmo após grande lapso temporal", explica o delegado Lima. Ele não detalha, no entanto, qual seria a motivação da suspeita para envenenar o marido e o próprio filho.
Outros envenenamentos
Arsênio é um elemento químico liberado no ambiente de maneira natural ou pela ação do homem e componente usado na fabricação de alguns pesticidas. A exposição a arsênio pode causar intoxicação alimentar e reações similares a alergias, câncer em caso de exposição recorrente, e até morte.
De acordo com a investigação policial, Deise comprou arsênio quatro vezes em um período de quatro meses. Uma das compras ocorreu antes da morte do sogro – que faleceu por envenenamento – e as outras três, antes da morte de três pessoas que consumiram o bolo envenenado, em dezembro.
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O veneno teria sido recebido via Correios. A polícia encontrou um recibo em nome de Deise para a compra de arsênio.
A Polícia Civil afirma que há "fortes indícios" de que Deise tenha praticado outros envenenamentos e não descarta novas exumações de corpos de pessoas relacionadas à ela. A RBS TV apurou que uma delas é o pai da Deise. José Lori da Silveira Moura morreu aos 67 anos, em Canoas, em 2020, supostamente por cirrose.
"A gente não tem dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série, e que durante muito tempo não foi descoberta, e durante muito tempo tentou apagar provas que pudessem levar a atribuição de culpa a ela", afirmou a delegada regional do Litoral Norte do RS, Sabrina Deffente.
O relatório preliminar da extração de dados dos celulares apreendidos, ao qual o g1 teve acesso, apontou que Deise fez buscas na internet por termos como "arsênio veneno", "arsênico veneno" e "veneno que mata humano". As informações constam da representação da Polícia Civil pela prisão dela.