Brasil está a um mês do risco de enfrentar blecautes

Nota técnica do Operador Nacional do Sistema (ONS) adverte para uma situação muito grave.

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(Maurício Lima/AFP/MetSul Meteorologia)
(Maurício Lima/AFP/MetSul Meteorologia)

O sistema elétrico está a pouco mais de um mês de viver uma situação emergencial de colapso com blecautes no país. O denominado Sistema Interligado Nacional está a cada dia com uma situação de geração mais degradada pela chuva escassa no país, como a MetSul detalhou em análise, e o cenário tão temido de falta de luz parece cada vez mais real.

O sistema elétrico precisará de 5,5 GW médios em geração adicional já a partir deste mês de setembro para evitar blecautes nos meses de outubro e novembro, de acordo com nota técnica divulgada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).

Especialistas ouvidos pelo jornalista Luciano Costa, especializado em energia da Scoop, relataram que a “situação é extremamente crítica” com riscos reais de desligamento. Os experts trabalham com a possibilidade do operador nacional ser forçado a realizar alívios de carga regionais, com cortes de luz em partes diferentes do país, para evitar um apagão nacional.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico, a pedido do Ministério de Minas e Energia, emitiu uma nova nota técnica com as informações sobre as condições do Sistema Interligado Nacional (SIN) até novembro. A revisão foi necessária após ser observada uma afluência menor por chuva abaixo do que era antecipado pelo órgão na análise anterior principalmente no Sul do Brasil.

Os cenários hidrológicos adotados têm sido obtidos considerando as condições atuais do solo, a precipitação prevista para os 45 primeiros dias seguintes e a precipitação verificada do ano de 2020 até agora.

Ainda assim, como os totais de chuva projetados pelo ONS no último estudo não se confirmaram e o volume de água observado em 2021 foi inferior àquele verificado em 2020, em especial nas bacias do Sul do Brasil, as afluências ficaram abaixo das consideradas na nota técnica anterior.

A escassez de precipitação resultou na diminuição dos níveis de partida em agosto de cerca de 10 pontos percentuais abaixo do indicado na nota de julho com uma redução de cerca de 2.000 MWmed na Energia Natural Afluente (ENA) do SIN de agosto a novembro.

Seguindo o modelo aplicado anteriormente, ao elaborar a revisão do estudo, o Operador traçou dois cenários. No primeiro, os principais reservatórios da bacia do rio Paraná chegam ao final do período seco, ou seja, o mês de outubro, com níveis baixos de armazenamento.

Ainda considerando esta situação mais adversa, mesmo com a utilização completa dos recursos hidráulicos do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, com o atingimento da faixa de restrição das usinas da bacia do São Francisco, e com o despacho térmico pleno e transferência de energia do subsistema Norte/Nordeste para o Sudeste/Centro-Oeste, os recursos seriam insuficientes para atendimento ao mercado de energia e demandarão novas medidas no curto prazo.

No segundo cenário do ONS, o atendimento energético é viabilizado a partir da incorporação de recursos adicionais com ganhos de armazenamento e a eliminação de possíveis déficits de geração.

Por isso, destaca o Operador Nacional dos Sistema, para assegurar o atendimento da demanda, é imprescindível o aumento da oferta em cerca de 5,5 GWmed, do mês que vem até novembro.

Por fim, em comunicado, o Operador Nacional do Sistema descreve o delicado quadro energético atual no país como “sensível” e a situação hídrica do Brasil neste momento como a das piores afluências dos últimos 91 anos no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Fonte:

MetSul Meteorologia

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