Caso das Endoscopias - CRM ouve depoimentos
Caso das Endoscopias - CRM ouve depoimentos
Começou por volta das 9hs da manhã desta terça-feira, 15, na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM), os depoimentos das testemunhas das mortes que aconteceram após exames de endoscopias numa clínica de Joaçaba em maio de 2010.
Os trabalhos fazem parte de um processo ético para apurar responsabilidades e a conduta do médico proprietário da Clínica , Denis Conci Braga. É uma investigação paralela ao trabalho que está sendo feito pela Polícia Civil e que tem como base laudos e constatações feitas pelos investigadores. Com o resultado do processo no CRM, o médico pode perder o direito de exercer a medicina e o registro e ainda ter que pagar multa administrativa. Os depoimentos envolvem pacientes que sobreviveram familiares das três vítimas fatais e funcionários da clínica. Pela manhã, os depoentes que aguardavam do lado de fora da sala onde acontecem os depoimentos reclamavam da demora. Cada depoimento leva em torno de uma hora. Eles também relembravam tudo o que passaram. Uma das pacientes que teve complicações, de Iomerê, contou que passou por seis tentativas de reanimação por parte da equipe médica da emergência do Hospital Universitário Santa Terezinha. Ela chegou a ficar em coma, mas conseguiu se recuperar. Ela agora quer justiça e entrou com um processo contra o médico. Outra paciente, que não quis ser identificada, revelou ao ederluiz.com que realizou exames na quarta-feira e já teve problemas, as mortes foram registradas na sexta. O médico responsável pela clínica não compareceu para prestar depoimento e mandou em seu lugar o advogado que o representa. O CASO Duas pessoas morreram e cinco foram internadas em estado grave após passarem por exames de endoscopia no dia 14 de maio de 2010, na Conci Clínica Médica. Os exames foram feitos pelo gastroenterologista Denis Conci Braga. Morreram após o exame a dona de casa Maria Rosa dos Santos, de 57 anos, e a agricultora de Iomerê, Santa Aparecida Sipp, de 62 anos. Quinze dias depois, morreu também a adolescente Iara Penteado, de 15 anos, que estava internada desde o dia do exame. O exame toxicológico confirmou que as duas pacientes que morreram no dia do exame foram submetidas a superdosagem da substância lidocaína. Em julho de 2010, o CRM instaurou uma sindicância para investigar o médico. Braga responde a processo ético por negligência, mas ainda não está impedido de exercer a profissão. Paralelamente, o processo criminal segue em andamento na Justiça, e ainda à espera de dois laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP).