Catarinense e pai morreram abraçados em ataque no Líbano, diz tio

Vítimas estavam na casa em que moravam, no norte do país, quando o local foi atingido por explosão.

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Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Os corpos da brasileira Myrna Raef Nasser, de 16 anos, e do pai dela, Raef Nasser, 46, mortos em um ataque no Líbano na segunda-feira (23), foram encontrados abraçados em meio aos destroços. A informação foi confirmada pelo tio da jovem e irmão do homem morto, Ali Bu Khaled.

As duas vítimas estavam na casa em que moravam com a família no norte do país quando o local foi atingido por uma explosão. O Itamaraty emitiu nota nesta sexta- (27) lamentado a morte dela, que é a segunda vítima brasileira no país (leia a íntegra abaixo).

"Foi isso porque acharam os dois junto. Ele tinha pego a menina e abraçou para sair, que aí veio o primeiro o ataque e não acertou a casa. Ele foi saindo com a menina e não deu tempo. Pegou ela, abraçou a menina e foi correr, saiu com ela e não deu tempo", disse o tio.

Os ataques ao país deixaram mais de ataques completam uma semana com mais de 700 mortos. A escalada da troca de ataques entre os dois lados — que já acontecia de forma constante desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há quase um ano — ocorreu após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.

Nesta sexta, delegações abandonam Assembleia Geral da ONU em protesto ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Ele também foi vaiado.

 Segundo Khaled, o sepultamento dos corpos deve acontecer nos próximos dias no Líbano. A família espera que a região fique mais segura para realizar a cerimônia. Além do pai, Myrna vivia com a mãe e dois irmãos.

A adolescente e a família deixaram a residência por conta dos ataques no início da semana. Eles precisaram voltar horas depois, ainda na segunda, para pegar roupas e materiais escolares.

"Como começou o ataque de manhã, eles saíram rápido. Como viram que à tarde as coisas não iam parar, ela foi com o pai dela para buscar roupas para os irmãos dela. Eles tinham comprado coisas escolares porque iria começar a escola", disse.

A adolescente morava com o pai, a mãe e dois irmãos ao norte do Líbano. Antes do ataque, ela enviou uma mensagem para a mãe dizendo que sentia que iria morrer e se despediu.

Quem era a brasileira

De acordo com Khaled, a brasileira se destacava na escola e saiu do Brasil com 1 ano e 2 meses. Ao finalizar os estudos, ela planejava voltar ao país para conhecer a cidade que nasceu. "Ela era uma menina muito inteligente na escola, era alegre, cuidava, gostava da família, de estudar", destacou o tio.

O que disse o Itamaray

O governo brasileiro tomou conhecimento, com grande pesar e consternação, da morte, no Sul do Líbano, da adolescente brasileira Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú – Santa Catarina. Segundo relato familiar, a adolescente e seu pai, de nacionalidade libanesa, foram atingidos por bombardeio aéreo, em casa, na segunda-feira, 23/9.

Trata-se da segunda vítima brasileira atingida pelos intensos bombardeios aéreos israelenses na região. A Embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência à família da adolescente.

Ao expressar à família as mais sentidas condolências, o governo brasileiro reitera a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano e renova o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades.

Fonte:

G1 SC

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