Corpo de autor das explosões no STF é liberado, mas família catarinense não aparece para buscá-lo
Corpo do Tiu França foi liberado pela Polícia Federal na sexta-feira (15).
Dois dias após as explosões no STF (Supremo Tribunal Federal), o corpo do autor do atentado foi liberado pela Polícia Federal, após ser periciado pelo Instituo de Criminalística da corporação. Segundo informações obtidas pela equipe da NDTV Record, mesmo com a liberação, a família de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, não apareceu para buscá-lo.
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Por volta das 19h30 da última quarta-feira (13), o catarinense bombardeou o próprio carro em frente ao prédio do STF e detonou outros dois dispositivos próximo a Câmara dos Deputados.
Imagens de câmeras de segurança mostraram a ação do autor das explosões, que arremessou explosivos segundos antes de deitar no chão, sobre um outro artefato, que explodiu embaixo dele. O chaveiro, que vivia em Ceilândia há quatro meses, morreu na hora.
Francisco Wanderley Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul, em SC, pelo PL em 2020 e recebeu 98 votos. Por meio de nota, o PL se manifestou sobre o caso.
“Reitero que o PL repudia veemente qualquer tipo de violência e reafirma seu compromisso com os valores democráticos. Reforçamos ainda que ataques a instituições públicas vão contra os princípios defendidos pelo partido” afirmou.
Na manhã do ataque, Luiz entrou na Câmara dos Deputados usando chinelos e um chapéu. Ao passar pelo raio-X da Casa, ele mostrou portar apenas uma carteira e uma chave, que aparenta ser do carro que explodiu próximo ao mesmo anexo.
“Tiü França” e as teorias da conspiração
Nas redes sociais, Francisco tinha um perfil ativo e compartilhava conteúdos relacionados a política, religião e teorias da conspiração. O autor das explosões em Brasília acreditava na existência do QAnon (teoria de extrema-direita em que adeptos da esquerda são adoradores de Satanás, pedófilos e canibais).
Além disso, também publicava frequentes críticas aos ministros do STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos líderes da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Em postagens recentes, Francisco escreveu que o dia 15 de novembro, feriado de Proclamação da República, seria “especial para iniciar uma revolução”.
Testemunhas relataram às autoridades que o autor das explosões em Brasília usava roupas que lembravam o personagem Coringa, vestindo um terno personalizado com naipes de cartas. Um chapéu branco foi encontrado ao lado do corpo. Ele morreu ao acionar um explosivo próximo à própria cabeça.
Casa de autor das explosões no STF é incendiada em Rio do Sul
A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, apontado como responsável pelas explosões no STF (Supremo Tribunal Federal), é a principal suspeita de ter incendiado a casa dele em Rio do Sul, na manhã de domingo (17). A informação foi confirmada pela delegada da Polícia Civil, Elisabete Prado.
Daiane Dias, ex-companheira de Francisco, foi vista por testemunhas espalhando gasolina no local e em seu próprio corpo.
Segundo a Polícia Civil, a mulher adquiriu produto inflamável no amanhecer em um estabelecimento comercial da cidade, em seguida, se deslocou até sua residência, provocou o incêndio e permaneceu no local.
O incêndio teve início por volta das 7h. No momento do incidente, o Corpo de Bombeiros informou que a mulher foi resgatada no local com queimaduras de 1º, 2º e 3º graus em 100% do corpo.Ela recebeu os primeiros socorros e foi encaminhada, em estado crítico, ao Hospital Regional Alto Vale, sendo transferida para um hospital em Lages.
A residência, com aproximadamente 50 metros quadrados, foi parcialmente consumida pelas chamas. Para controlar o fogo, o 15º Batalhão de Bombeiros utilizou cerca de 8 mil litros de água. As causas do incêndio estão sendo investigadas pelas autoridades.