Curitiba pode ter primeira decolagem de um “carro voador” da América Latina

A intenção é que uma primeira demonstração, ainda sem tripulantes, seja realizada entre 22 e 24 de março.

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(Foto: Divulgação/EHang)
(Foto: Divulgação/EHang)

O reconhecimento internacional de Curitiba como cidade inteligente e inovadora fez com que a empresa chinesa EHang, uma das líderes do mercado mundial em mobilidade urbana aérea, escolhesse a capital paranaense para sediar o primeiro voo na América Latina de uma aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical.

Conhecida como eVTOL, essa espécie de “carro voador” promete ser a revolução em mobilidade urbana e já vem sendo testado em fase comercial em outros países do mundo.

A proposta de ter a capital paranaense para iniciar as operações no Brasil foi apresentada ao prefeito Rafael Greca na tarde de quinta-feira (19/1), na sede da Prefeitura, o Palácio 29 de Março.

Em seu gabinete, Greca recebeu os sócios da AT Global, representante da empresa chinesa no Brasil, e abriu as portas da cidade para que a empresa realize os estudos de viabilidade para a realização de decolagens do eVTOL (sigla em inglês para aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical, uma espécie de drone gigante que realizaa voos autônomos para transportar pessoas sem a necessidade de um piloto).

“O futuro aterrissou dentro da Prefeitura de Curitiba esta tarde. Fomos apresentados ao eVTOL e nós, como cidade inovadora, autorizamos os estudos para que este tipo de veículo faça um percurso nos céus curitibanos. Quero isso o mais cedo possível porque quero que Curitiba entre pela porta da frente no futuro” destacou o prefeito.

Para que o projeto se concretize, a EHang, por meio da AT Global, vai também buscar a regulamentação de voos tripulados neste tipo de aeronave junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A intenção é que uma primeira demonstração, ainda sem tripulantes, seja realizada durante a quarta edição do Smart City Curitiba Expo, que será realizada entre 22 e 24 de março. “Seria um grande presente de 330 anos para Curitiba”, disse o prefeito.

Vitrine ideal

O CEO da AT Global, Alexandre Daltro, explicou que a EHang vislumbrou em Curitiba a vitrine ideal para iniciar as operações do eVTOL nos países da América Latina. Ele também presenteou o prefeito com uma réplica em miniatura do eVTOL EH216 AAV, o modelo que já está no mercado para voos tripulados para dois passageiros.

“Curitiba é uma cidade que oferece todas as condições para testar uma tecnologia disruptiva como o eVTOL. Queremos mostrar para todo o Brasil e América Latina que estamos diante de algo com o potencial de mudar a forma como nós enxergamos a mobilidade aérea urbana. É uma tecnologia absolutamente segura, já testada em milhares de voos ao redor do mundo”, afirmou Daltro.

O que é o eVTOL

Apesar de ainda parecer uma possibilidade de transporte para o longo prazo, o eVTOL é uma opção para a criação de um novo sistema de mobilidade urbana e que já é realidade em outras cidades do mundo.

Trata-se de um veículo inteligente, sem piloto, que realiza percursos previamente programados, com tecnologia semelhante aos drones. Sua proposta é ser mais popular que o helicóptero – com quem compartilha a forma de pouso e decolagem, feitos na vertical – com menor custo e maior agilidade.

Cidades da China, Seul, Canadá e Estados Unidos, por exemplo, já receberam testes de voos tripulados. Na semana passada, foi a vez da Espanha: o EHang 216 foi testado, onde o objetivo é usar os veículos aéreos autônomos em missões de emergência da Polícia Espanhola.

Sustentável e versátil

Apresentado como uma alternativa de mobilidade segura, o eVTOL também se alinha com as políticas sustentáveis, por não ter a emissão de CO2.

Além de realizar voos comerciais ou turísticos de viajantes, também pode atuar em logística, na entrega mercadorias; na segurança pública, em operações de vigilância, de resgate e de acesso a áreas de risco; também na saúde, agilizando deslocamentos de emergência e de transporte de órgãos para doação, entre outras possibilidades.

Essas aeronaves funcionam com bateria elétrica e podem atingir até 3 mil metros de altitude.

Revolução aérea

Outras empresas também investem no desenvolvimento dos eVTOL apostando nessas aeronaves como a nova revolução aérea e também em estrutura de decolagem e pouso, os vertiportos (porto para voos que iniciam na vertical).

A EHang se destaca pelo know how nesse tipo de aeronave autômoma e na operação de drones para logística e apresentações aéreas. Quem também desenvolve projetos de eVTOL é a Tesla, de Elon Musk, e a brasileira Embraer. Empresas de diferentes setores da aviação, como a Boeing e a Azul, e até mesmo as automotivas, como a Porsche, também estão atrás da sua fatia neste novo mercado.

Em novembro passado, uma parceria entre as empresas Volocopter, a Skyports e o Grupo ADP inaugurou o primeiro vertiponto na França, nos arredores de Paris, com foco em iniciar os voos comerciais para as Olimpíadas de 2024, na capital francesa.

Vertiporto

Na apresentação do eVTOL ao prefeito Rafael Greca desta tarde, também foi exibido o projeto de vertiponto para a cidade, criado pela fundadora da curitibana Arquitetare, Elaine Zanon.

A proposta inicial seria instalar a estrutura no Parque Barigui, para sobrevoos sobre o parque e pouso em uma menor área chamada de “vertiponto”.

“Essa proposta colocaria o eVTOL em definitivo na cidade, contribuindo para que as pessoas conheçam essa nova forma de deslocamento, trazendo o futuro para Curitiba a ser replicado por todo o Brasil, destacou Elaine.

A viabilidade da instalação do vertiporto também será avaliada nos estudos para trazer a inovação para a capital paranaense, o que inclui investimentos necessários e até mesmo o local de sua instalação.

Também acompanharam a apresentação da aeronave autônoma o vice-prefeito e secretário estadual das Cidades , Eduardo Pimentel; a presidente da Agência Curitiba de Inovação e Desenvolvimento, Cris Alessi; o secretário de Governo Municipal e presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur; a secretária municipal de Comunicação Social, Cinthia Genguini; o diretor técnico da Agência Curitiba, Paulo Krauus; os sócios da AT Global Eduardo Correa e Paulo Piasecki; as arquitetas da Arquitetare Carolina Bueno e Márcia Fujimoto; e a advogada Marcella Granemann Ferreira.

Fonte:

Bem Paraná

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