Encerramento do Congresso de Saúde aborda saúde ambiental

Encerramento do Congresso de Saúde aborda saúde ambiental

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A Área das Ciências Biológicas e da Saúde da Unoesc Campus de Joaçaba encerrou na última sexta-feira (21) o IV Congresso Catarinense de Saúde, evento de caráter multidisciplinar que reuniu mais de 1,3 mil participantes. O encerramento teve a participação do Dr. Leandro Luiz Giatti, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP que palestrou sobre saúde ambiental.

O pesquisador explicou o que se entende por saúde ambiental e como ela está associada não só à área da saúde, mas a outros setores da gestão pública, como saneamento básico e planejamento urbano, por exemplo. Isso por que a saúde ambiental é fator determinante para inúmeras doenças e envolve questões ambientais, físicas, químicas, riscos globais (como as mudanças climáticas que tendem a exacerbar os desastres naturais) e os fatores sociais que fazem com que as pessoas estejam expostas aos demais. Giatti utilizou dados de uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que estudou os principais grupos de doenças e apontou qual a percentagem de fator ambiental entre as causas de cada uma. “88% das causas de doenças diarreicas são fatores ambientais; 60% (das causas) da malária é fator ambiental; dengue, mais de 90% (das causas) é fator ambiental”, exemplificou ele, lembrando que apesar disso o setor de saúde não trabalha com as causas, apenas com as doenças. “O setor da saúde é dirigido para a doença. Nunca vemos política de saúde discutindo o saneamento. Não que o setor de saúde vai ter que fazer obra de saneamento, mas ele tem que promover isso. O desafio é o da intersetorialidade, por que você não melhora a saúde da população se não melhorar a ação conjunta dos vários setores em prol da saúde”, afirmou. Giatti também relatou um estudo que realizou entre 2005 e 2009, período em que era pesquisador visitante da Fundação Oswaldo Cruz de Manaus, e que teve a participação de Carlos Machado de Freitas, da Fiocruz do Rio de Janeiro. O estudo foi desenvolvido na região da Amazônia Legal, que compreende os estados do Acre, do Amapá, do Amazonas, do Pará, de Rondônia e de Roraima e parte dos estados do Mato Grosso, de Tocantins e do Maranhão. Entre as inúmeras constatações da pesquisa, Giatti destacou que a questão ambiental da Amazônia é muito discutida na relação entre desmatamento e preservação, deixando de lado os outros fatores que também estão diretamente ligados à saúde ambiental. “O Estado do Amazonas é emblemático nisso. Ele tem desenvolvimento econômico e preserva a Floresta em 97%. Mas e as condições de vida da população? A população vive nas cidades em situações precárias, expostas a doenças”, exemplifica o pesquisador. O Congresso O IV Congresso Catarinense de Saúde foi realizado entre os dias 17 e 21 de outubro. Nesta edição, trouxe inúmeros pesquisadores renomados a Joaçaba e inovou ao realizar todas as palestras e conferências em um mesmo espaço, o Centro de Eventos da Unoesc Campus de Joaçaba. Isso, segundo o presidente da comissão organizadora, professor Eduardo Luiz Stapait, possibilitou a participação de estudantes e profissionais de todas as áreas da saúde em todos os momentos, promovendo integração e debates mais abrangentes a respeito dos temas abordados e do tema central do Congresso (Atenção em saúde no século XXI: integrar para resolver), além de levantar algumas frentes de trabalho para eventos e pesquisas futuras. Nos últimos dois dias da programação, o Congresso também propiciou a apresentação de mais de 60 trabalhos científicos selecionados pela Comissão Científica do evento a partir da inscrição dos mesmos pelos seus autores. O presidente da comissão científica, professor Dr. Jovani Antonio Steffani afirma que as apresentações mostraram o processo de maturidade das pesquisas desenvolvidas na Unoesc, já que a maioria dos trabalhos inscritos e selecionados para exposição eram da própria Universidade. “A Unoesc vive um processo bem segmentado em relação à graduação e o grande desafio é conseguir essa mesma maturidade na pós-graduação e na pesquisa. De certa forma já estamos conseguindo colher bons frutos, dadas as diretrizes dos últimos tempos, que queremos efetivar com a criação de um programa de mestrado”, afirmou.

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