Especialista explica: é melhor alugar ou comprar um imóvel?
Descubra o que se encaixa melhor para você.
O sonho da casa própria é uma meta perseguida por milhões de brasileiros. Pessoas juntam dinheiro durante boa parte da vida para conseguir materializar o sonho, mas uma dúvida vem surgindo com mais frequência: vale a pena encarar um financiamento longo e com juros ou pode ser mais lucrativo pagar o aluguel e investir as economias?
O gestor de risco e especialista em planejamento financeiro, Yuri Utida, afirma que todas as consequências de ambas as opções devem ser consideradas antes de comprometer as economias em um longo financiamento. Em qualquer uma das escolhas, é indispensável fazer um bom planejamento financeiro.
De acordo com o especialista, no primeiro cenário, ao contrário do que muitos pensam, comprar um imóvel para morar não é investimento, já que ele gera despesas, manutenção, pode desvalorizar e, se um dia precisar vendê-lo de forma rápida, o proprietário poderá perder parte do dinheiro que foi empenhado. “Um imóvel para morar é um passivo que vai gerar apenas despesas. Se eu compro para alugar, hoje, pode não ser uma boa opção. Além de imobilizar grandes volumes de capital, o mercado de imóveis rende uma taxa mensal entre 0,3% a 0,4% do valor da propriedade e isso vai gerar retorno menor do que se estivesse aplicado em liquidez”, afirma o especialista.
Utida conta que a compra não é a melhor opção para quem tem menos de 50% do valor do imóvel para dar uma entrada. Ao financiar, por exemplo, 70% de um imóvel, os bancos elevam as taxas de juros por entenderem que esse cliente, que não possui dinheiro guardado ou investido, oferece mais riscos e tem mais chances de não cumprir com os pagamentos. “Por exemplo, uma pessoa que adquiriu um apartamento de R$ 500 mil, deu uma entrada de R$ 150 mil e financiou o restante. Dependendo do tempo de financiamento, ela vai acabar pagando duas ou três vezes esse valor”, afirma. “Quem não tem nenhuma quantia guardada, paga juros e perde dinheiro. Já quem tem um montante maior acaba aplicando, recebe juros e ganha muito mais”, completa.
Outra situação que deve ser levada em consideração são os valores que serão aplicados em reformas. “Esse imóvel de R$ 500 mil acaba saindo por cerca de R$ 600 mil por conta de coisas básicas, como colocar piso e armários, mas quando for vender isso não será contabilizado. Então, é mais um prejuízo, mais uma despesa para ser levada em consideração”, ressalta Utida.
O especialista afirma que, em comparação com o financiamento, hoje, o aluguel faz muito sentido, principalmente para quem tem dinheiro guardado. Segundo ele, um financiamento de altos juros traz mais prejuízos e uma falsa ilusão de que está comprando alguma coisa que é sua, mas enquanto está financiado, ainda não é seu. “Para uma pessoa que possui R$ 350 mil, por exemplo, é uma boa opção alugar. Considerando um investimento de rentabilidade 0,5%, ou seja, aproximadamente R$ 1.750,00 por mês. Neste exemplo, ela pode alugar um imóvel condizente com o seu capital apenas utilizando os juros dele e o valor aplicado continua intacto. É a melhor forma de não perder dinheiro”.
Yuri diz que aplicar o valor também pode proporcionar outras vantagens, como isenção das taxas que incidem sobre o imóvel, melhor score bancário, disponibilidade de empréstimo e taxas de cartão de crédito e cheque especial muito melhores para ajudar em alguma emergência, além de melhores condições para investir ou comprar algum bem.