O médico Jean Ragnini, que está atuando nos casos das sete crianças que contraíram meningite viral, seis em Joaçaba e uma em Herval d´Oeste, atendeu o ederluiz.com na tarde desta segunda-feira, 24. Dr. Jean esclareceu várias dúvidas dos leitores, que nos últimos dias enviaram e-mails e questionaram nas redes sociais sobre os cuidados necessários para que a doença seja evitada.

Por telefone Dr. Jean confirmou o primeiro caso registrado em Herval d´Oeste, e que a situação já é tratada com um surto, o que se caracteriza após dois, ou mais casos que aconteçam de forma relacionada, o que houve na escola Girassol de Joaçaba. Dr. Jean informou ainda que neste ano já foram registrados outros casos que não os atuais, mas que aconteciam com intervalos de tempo maiores, por isso não houve um surto. O médico alerta que outros registros ainda deverão acontecer. “Provavelmente aparecerão outros casos, já que estamos numa época em que o contágio é mais comum, isso de forma histórica”. Transmissão Sobre a forma de transmissão do vírus, Dr. Jean informa que os pais e até mesmo a escola, devem estar atentos a higiene das crianças. “A meningite viral vem através de um vírus que fica alojado no intestino, então ela pode ser transmitida facilmente se a criança vai ao banheiro e depois não faz uma boa higienização das mãos. É necessário usar o sabonete, papel toalha e até mesmo o álcool em gel”. Cuidados Os cuidados são os mesmos de quando houve o problema com a gripe H1N1. “É preciso que as pessoas lembrem-se de todos aqueles cuidados, lavar bem as mãos, usar o álcool gel, na hora de espirrar usar um lenço, não compartilhar copos, talheres. Até mesmo o aperto de mão deve ser evitado. Enfim , os mesmos cuidados com a higiene que já tomamos no caso da gripe H1N1”. Enfatiza. Sintomas O neurologista orienta os pais que aquelas crianças que apresentarem febre de maneira continua, de 48 a 72 horas, vômito e dor de cabeça, devem ser levadas aos pediatras para uma avaliação. Evolução para bacteriana Nos casos onde a meningite é transmitida de forma viral a doença pode ser controlada e a criança sai sem problemas maiores, mas o neurologista alerta que se os cuidados não forem tomados, a doença pode evoluir para um caso mais grave. “Ela pode virar bacteriana sim, mas somente se esta criança não for tratada da forma correta”. Suspensão de aulas A medida adotada pelas escolas Girassol, de Joaçaba, e Pequeno Pensador, de Herval d´Oeste, de suspender as atividades, foram sugeridas pelo Dr. Jean. Segundo ele, a intenção é que neste intervalo de tempo o vírus possa ter parado de circular. “O período de incubação do vírus é de aproximadamente duas semanas. Sabemos que existem crianças que ainda podem estar com o vírus, até mesmo sem manifestar se a resistência desta criança estiver alta, em todos os casos ele pode ser facilmente transmitido. Por isso sugerimos que as escolas fiquem fechadas, para que neste tempo o ciclo chegue ao fim”. Crianças Internadas Dos sete casos atendidos pelo médico, nenhuma das crianças teve complicações mais sérias, ou ficou com seqüelas. Uma delas já recebeu alta, outras duas devem ser liberadas nesta terça. O último caso, de uma menina de 4 anos que freqüenta o Centro Educacional Pequeno Pensador, de Herval d´Oeste , foi confirmado nesta segunda-feira. O médico faz questão de reforçar que este é um período em que vão aparecer outros casos até que o vírus estacione de forma natural, mas que não é necessário pânico. O momento é de seguir os cuidados necessários para garantir a saúde das crianças.