Estiagem: 19 municípios do Oeste de SC decretam situação de emergência

As previsões para o semestre e o trimestre permanecem com perspectivas de precipitação e armazenamento de água no solo abaixo da média.

, 1.286 visualizações
Situação também prejudica a produção rural – Foto: Divulgação/Epagri
Situação também prejudica a produção rural – Foto: Divulgação/Epagri

Dezenove municípios do Grande Oeste de Santa Catarina decretaram situação de emergência em decorrência da estiagem que vem comprometendo o abastecimento de água. A informação é da Defesa Civil do Estado. 

Arvoredo, Águas de Chapecó, Bandeirante, Barra Bonita, Belmonte, Chapecó, Descanso, Flor do Sertão, Jaborá, Mondaí, Nova Itaberaba, Paraíso, Palmitos, Peritiba, Presidente Castello Branco, Riqueza, Santa Terezinha do Progresso, Saudades e Tigrinhos registraram a situação junto a Defesa Civil. 

De acordo com Boletim Hidrometeorológico emitido pelo Governo do Estado, as previsões, tanto trimestral quanto semestral, permanecem com perspectivas de precipitação e armazenamento de água no solo abaixo da média. 

Caso não ocorra melhoria neste cenário, em relação a quantidade de chuvas mais frequentes, o número de municípios em estado de atenção, alerta e crítico deve ampliar. Atualmente 32% dos municípios catarinenses estão em estado de atenção, 5% em alerta e 3% em nível crítico.

Em Chapecó

Em Chapecó, maior cidade do Oeste, o prefeito Luciano Buligon assinou, nesta quarta-feira (28), o Decreto de Situação de Emergência com vigência de 180 dias. Além de pouca chuva, a precipitação no município tem sido esparsa e mal distribuída, o que dificulta ainda mais as atividades produtivas, lavouras, produção animal, oferta de água nas fontes, açudes, e até mesmo, poços profundos. 

Dados da Epagri mostram que a estiagem vem afetando o município desde o mês de julho, mas a situação se agravou no mês de setembro, quando foi registrada a menor precipitação do mês dos últimos 51 anos, com apenas 40 mm de chuva. Em outubro não foi diferente. O esperado era de 168 mm, mas choveu apenas 7,48% do esperado do dia 01 a 20 do mês.

De acordo com o Secretário de Infraestrutura Urbana, Max Well De Lima Ramos, cerca de 100 famílias do interior estão recebendo água por meio dos caminhões-pipa semanalmente. Por dia, são distribuídos aproximadamente 300 mil litros de água em comunidades do interior. São dois caminhões, cada um com capacidade de 9 mil litros de água, atendendo primeiro o consumo humano, e em segundo lugar, o consumo animal.

A situação também é crítica para as agroindústrias. Para manter os trabalhos, as empresas estão captando água diretamente do Rio Uruguai. No momento são 69 caminhões-pipa com capacidade média para 35 mil litros de água, realizando cerca 350 viagens por dia para garantir o abastecimento das unidades produtivas. 

Rodízio no abastecimento de Xaxim

A agência da Casan de Xaxim anuncia um rodízio no abastecimento enquanto perdurar a estiagem e solicita à população que reduza o consumo de água. Os rios Jacu e Jacutinga, usados como mananciais de abastecimento, estão com aproximadamente 40% da vazão habitual.

Segundo nota da agência, nos últimos 60 dias, a região recebeu aproximadamente 56 milímetros de chuva, muito abaixo da média histórica e da necessidade de recarga dos mananciais. Um açude usado de forma complementar está com seu lençol freático afetado pela falta de chuvas regulares. A área técnica da empresa está promovendo melhorias operacionais para utilizar uma outra fonte alternativa.

Os bairros Ari Lunardi, Santa Terezinha (parte alta), Área Industrial, Frei Bruno (parte alta), Bela Vista, Chagas, Diadema, Primavera, Centro (lado do Banco do Brasil) e Guarani (parte baixa) passam a ser abastecidos das 23h às 11h da manhã. Os bairros Alvorada, Flor, Germânico, Guarani (parte alta), Santa Terezinha (parte baixa), Centro (lado da Praça) e Frei Bruno (parte baixa) receberão água das 11h às 23h.

São Miguel do Oeste faz Plano de Ação

Com a assinatura de contrato com a construtora que vai assentar a adutora que interliga o reservatório central R2 até a Estação de Tratamento, a Casan inicia esta semana uma nova etapa do Plano de Ação estruturado para sanar dificuldades no SAA (Sistema de Abastecimento de Água) de São Miguel do Oeste, no Extremo-Oeste do Estado.

Mesmo com algumas ações em execução desde o ano passado – quando se iniciou a estiagem -, o Plano foi oficializado pela presidente Roberta Maas dos Anjos. Os investimentos somam R$ 11,5 milhões, entre os quais a adutora entre o Reservatório R2 e a ETA, que deve estar implantada ainda em 2020.

Devido a uma sequência de problemas na captação junto aos rios das Flores e Cambuim e no sistema de bombeamento do poço profundo, agravadas com a estiagem, a Casan vem enfrentando dificuldades para manter o abastecimento, tendo de implantar rodízio em alguns momentos.

Os bairros Jardim Peperi e Estrela são os mais afetados e por isso vêm recebendo melhorias específicas, como uma rede-tronco e novo motor-bomba (booster). A região mais alta do município está recebendo também uma adutora específica de 2.777 metros de extensão. Outros 3.574 metros de rede nova estão sendo assentados na cidade.

A principal obra anunciada pela Presidente, porém, foi a ampliação do Sistema de Captação, Recalque e Adução de Água Bruta no Rio das Flores. A ampliação deixará a unidade com capacidade de 100 litros por segundo, o que permitiria inclusive desativar a captação junto ao Rio Cambuim.

Fonte:

ND +

Notícias relacionadas