Os órgãos públicos tem mensalmente um gasto enorme para abastecer suas frotas de veículos a combustão. Em muitos casos o valor que se paga nas licitações para contratação dos serviços de abastecimento também é acima do valor que os consumidores comuns pagam. Outro gasto alto é com a manutenção da frota. Mas, esta realidade pode mudar com a troca por veículos elétricos, que cada vez ganham mais espaço no Brasil.

Em Santa Catarina um município dá exemplo e já lançou licitação para deixar boa parte de sua frota elétrica.

A Prefeitura de Criciúma é a pioneira e pretende comprar 100 carros elétricos. A empresa fornecedora dos automóveis será definida em um pregão eletrônico e o município prevê um investimento de até R$ 13,3 milhões para substituir parte de sua frota. Será vencedora a concorrente que ofertar o menor preço por carro fornecido.

Conforme determina o edital, os carros a serem fornecidos ao município precisam ser 100% elétricos, novos, de ano de fabricação e modelo 2023 ou superior e com potência mínima de 60 cavalos. A bateria do veículo precisa ter capacidade mínima de 26 kWh, autonomia de pelo menos 160 km e com possibilidade de carregamento rápido. O carro precisará ter no mínimo três anos de garantia. Já a garantia da bateria deverá ser de no mínimo sete anos.

Entre os modelos que atendem as especificações técnicas determinadas pelo município estão veículos como GWM Ora 3, BYD Dolphin, Kwid E-Tech, JAC eJS-1, Mini Cooper, Peugeot E2008, Caoa Cherry iCar, Hyundai Kona Electric e Fiat 500e.

Atualmente a Prefeitura de Criciúma conta com uma frota de 300 veículos, sendo que 100 deles são usados para atividades administrativas urbanas. São esses os carros que deverão ser substituídos.

“Os veículos destinam-se a substituir parte da frota atual da prefeitura, visando reduzir a emissão de carbono, melhorar a eficiência energética e promover a responsabilidade ambiental no município. A transição para veículos elétricos é um passo estratégico rumo à modernização e sustentabilidade da frota municipal, alinhada com as tendências globais de mobilidade e inovação tecnológica”, argumenta o município no edital.

“A aquisição de veículos elétricos representa um investimento inicial considerável. No entanto, quando comparados aos veículos a combustão, os elétricos apresentam um retorno do investimento em aproximadamente 5 anos, considerando uma média de uso de 30.000km por ano, sem incluir a manutenção corretiva. Este valor pode diminuir se a utilização do veículo for superior ao estipulado”, defende o estudo feito pela prefeitura.

O município reforça ainda que o principal objetivo da compra dos carros elétricos é atenuar os impactos ambientais, reduzindo as emissões de gases poluentes, a poluição sonora e redução da emissão do carbono. Apesar de ver como viável a troca dos veículos atuais por modelos elétricos, a prefeitura também apresenta que ainda é necessário avançar em novas tecnologias para melhorar os impactos gerados pelo descarte das baterias e da geração de energia para abastecer os veículos.