Incêndio que matou dez pessoas em pousada no RS pode ter sido criminoso
Espaço funcionava de forma irregular e não tinha plano de prevenção contra incêndios, de acordo com os bombeiros.
Corpo de Bombeiros e Defesa Civil trabalham para esclarecer quais foram as causas do incêndio que matou 10 pessoas e deixou outras oito feridas em uma pousada de Porto Alegre nesta sexta-feira (26). Segundo o coordenador da Defesa Civil em Porto Alegre, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, "trabalha-se com a possibilidade de incêndio criminoso".
"Preliminarmente, se trabalha com [a hipótese de] incêndio criminoso. Estruturas da prefeitura vão entrar em cena com o proprietário para gente fazer a realocação das pessoas que ficaram desalojadas. Trabalha-se com a possibilidade de incêndio criminoso, um indivíduo pode ter entrado na madrugada", relata o coordenador.
A suspeita do poder público é de que, por algum motivo, essa pessoa tenha sido a responsável por colocar fogo no local, que acabou se alastrando. O caso deve ser investigado pela Polícia Civil.
O incêndio
A pousada fica na Avenida Farrapos, entre as ruas Garibaldi e Barros Cassal, no sentido Centro-bairro. Os bombeiros foram ao local para combater o incêndio por volta das 2h. O fogo foi controlado por volta das 5h. No primeiro andar do prédio, foram encontradas duas vítimas. No segundo, cinco. Já no terceiro, outras três.
Oito pessoas foram resgatadas. Elas precisaram de atendimento médico e foram levadas pelos bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para hospitais de Pronto-Socorro e Cristo Redentor.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), seis estão no Hospital de Pronto-Socorro: o estado de saúde de quatro delas é grave, sendo que duas delas estão entubadas, uma passa por cirurgia e outra recebe atendimento por ter inalado fumaça. Já no Hospital Cristo Redentor, estão dois pacientes: uma está com 20% do corpo queimado e outra machucou o tornozelo.
O local recebia pessoas em situação de vulnerabilidade social, segundo a Prefeitura de Porto Alegre. Estavam no espaço, que é privado, 30 pessoas, sendo que as estadias de 16 delas eram mantidas com dinheiro público.
A causa do incêndio ainda é desconhecida. O Corpo de Bombeiros avalia que o fogo se alastrou rapidamente porque os quartos da pousada eram muito próximos. Isso teria feito com que, inclusive, pessoas que estavam no local fossem impedidas de sair.