Joaçaba registra umidade do ar inferior à do Deserto do Saara em meio à onda de calor e seca
Cidade enfrenta níveis críticos de umidade e calor extremo, com alerta para riscos à saúde.
Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense, está enfrentando um cenário climático extremo que tem preocupado autoridades e a população. No último domingo (8), a cidade registrou um índice de umidade relativa do ar de apenas 16%, próximo dos níveis observados no deserto do Saara, na África, onde a umidade varia entre 14% e 20%. Além de Joaçaba, outras cidades de Santa Catarina, como Rio Negrinho (12%), Caçador (14%), Curitibanos (16%), Major Vieira (17%) e Lages (19%), também estão enfrentando condições de baixa umidade, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A situação é resultado de um período prolongado de seca extrema que afeta o país, agravado por uma onda de calor intensa em pleno inverno e a presença de fumaça das queimadas provenientes do Norte do Brasil. Este fenômeno climático faz com que cidades de regiões como o Oeste, Serra e Norte de Santa Catarina enfrentem níveis de umidade abaixo do recomendado para a saúde, que é de 60%.
Entenda o Cenário Climático Atual
O Brasil está passando por uma das secas mais severas de sua história recente, com exceção do Rio Grande do Sul, que foi poupado dessa condição. Em Santa Catarina, as condições são particularmente preocupantes, já que a combinação de temperaturas elevadas e a falta de chuva tem dissipado a umidade do ar, deixando os níveis perigosamente baixos. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), algumas regiões do Brasil estão há mais de cem dias sem registrar chuvas significativas.
A situação é agravada por bloqueios atmosféricos que impedem o avanço de frentes frias e, consequentemente, a chegada de chuvas. A previsão é que as condições climáticas continuem adversas nos próximos dias, com altas temperaturas e baixa umidade. O Inmet já emitiu um aviso de perigo para várias regiões, incluindo Santa Catarina, devido ao calor extremo.
Riscos para a Saúde e Alerta das Autoridades
Com a umidade relativa do ar abaixo dos 30% em diversas cidades de Santa Catarina, e até abaixo de 20% no Oeste do estado, a Defesa Civil emitiu um alerta de risco alto. Os efeitos dessa baixa umidade do ar combinada com o calor excessivo podem ser devastadores para a saúde da população, aumentando o risco de desidratação, insolação e agravamento de doenças cardiorrespiratórias.
Imagens de satélite da Epagri/Ciram mostram a presença de fumaça das queimadas do Norte do país sobre o estado catarinense. Essa fumaça é transportada pela circulação de ventos de direção norte e pela presença de uma massa de ar quente e seco que cobre grande parte do Brasil.
As previsões apontam que essa situação crítica pode perdurar até a chegada de chuvas mais intensas ou uma mudança no padrão de ventos, o que poderia ocorrer na sexta-feira (13), com a chegada de uma nova frente fria. Até lá, a orientação das autoridades é que a população se mantenha hidratada, evite exposição prolongada ao sol e siga as recomendações de saúde pública para minimizar os impactos desse período de seca e calor extremo.
A comunidade de Joaçaba e de outras cidades afetadas deve ficar atenta aos avisos das autoridades e adotar medidas preventivas para enfrentar essa condição climática desafiadora.