Nossos personagens! Conheça Carlos Augusto, um carioca que fez história em Joaçaba
Augusto foi intérprete de escolas de samba, jogador de futebol profissional e agora se despede de sua carreira na arbitragem.
Carlos Augusto Nascimento da Silva, mais conhecido como Augusto, querido por onde passa, esbanja simpatia e adora uma boa resenha. Apaixonado pelo carnaval, sempre alegre, disposto e cheio de sabedoria, marcou a vida de muitas pessoas. Um homem de muita fé e que enfrentou desafios com muita humildade e gratidão.
Augusto fez história no esporte profissional, atuando como goleiro e após passar por diversas equipes chegou em Joaçaba e se tornou um grande cidadão joaçabense. Na última semana recebeu homenagem da Liga Esportiva Oeste Catarinense, onde encerrou sua carreira como árbitro de futebol e assim junto com os amigos do futebol relembrou sua trajetória no esporte e recebeu o carinho dos árbitros e amigos da LEOC.
Aos 66 anos de idade e ao lado de sua esposa e seus dois filhos, Ingrid e Higor, Augusto sempre tem uma história para contar e ensinamentos para compartilhar. "Quando você olha para uma planta você não vê a raiz, então como ela cresceu? ela cresceu porque ela tem uma base, eu sou grato pela família que eu tenho, fazem 40 anos que conheço minha esposa, casamos em 1982 em Brasília e se eu não tivesse a minha família não sei o que seria de mim", afirma.
Sua trajetória no futebol
Natural de Campos dos Goytacazes/RJ, Augusto iniciou sua vida no esporte aos 13 anos de idade em uma escolinha de futebol. Seu talento logo foi descoberto e aos 15 anos foi para o time de base do Americano/RJ como goleiro, onde com 16 se profissionalizou.
Augusto fez parte da seleção carioca de futebol, onde jogou contra a seleção brasileira de 1978. E um fato interessante que marcou sua trajetória no esporte, foi quando o Zico se tornou o maior artilheiro da história do Flamengo, com o gol de número 225, contra o Goytacaz, com Carlos Augusto no gol.
“Sempre quis ser jogador de futebol, treinador, técnico, auxiliar técnico, árbitro e trabalhar com esportes. E graças à Deus pude atuar em todas essas áreas. Conheci pessoas maravilhosas pelo caminho e tive experiências únicas. Isso ninguém nos tira. Sou muito grato por todas as oportunidades e vivências que tive ao longo da minha carreira profissional. Os erros e acertos, as dificuldades e barreiras, me ensinaram muito. E com essas experiências, pude ajudar e guiar muitas pessoas também. Tanto no futebol como na arbitragem. Me sinto um vitorioso", afirma ele.
Carlos Augusto chegou em Joaçaba em 1983, retornou para o Rio de Janeiro e veio definitivo em 1985 após receber uma proposta do Darci Mendes para atuar como treinador do time. Veio para cá com sua esposa em 21 de agosto e aqui construiu com dona Margarete sua linda família.
Contribuiu de maneira significativa com o esporte do município, como jogador atuou em 1983, em 1985 foi treinador e 1994 auxiliar técnico da equipe. Nesse meio tempo entrou na arbitragem arbitrando os treinos do Cruzeiro (futsal), jogos amadores da região e campeonatos como Moleque bom de bola. Ingressou na Federação Catarinense de futebol como árbitro em meados de 1993 e logo após na Federação Catarinense de futsal. Atuou na arbitragem até 2020, encerrando a carreira em campeonatos amadores da região pela LEOC. Foram mais de 35 anos dedicados à arbitragem em Joaçaba.
Fé e Família
Quem conhece Augusto sabe dos pilares que sustentam sua caminhada: a fé em Deus e amor por sua família. E foi com esses pilares que Augusto enfrentou momentos difíceis da sua vida e conseguiu superar dois AVC (acidente vascular cerebral), um em 2007 que o deixou hospitalizado por 30 dias e outro recentemente. Em ambas as situações Augusto se recuperou e agradece pela oportunidade de estar aqui.
"Precisamos encarar as dificuldades nos sentindo abençoados e sendo gratos. Para mim AVC significa: A Vida Continua, e estou aqui para provar isso. Nem tudo na vida é fácil, mas viver é uma benção. Sou grato por ter tido o que tive e estar bem”, diz.
Durante as homenagens na última semana, Augusto recebeu o carinho do seus colegas, mas como sempre, deixou suas palavras sábias que emocionou a todos que estavam presentes.
"Nelson Cavaquinho dizia: me de as flores em vida", isso é maravilhoso e eu sou muito grato e respeitosamente digo obrigado e que Deus abençoe a todos e suas famílias. Eu aprendi muito com todos vocês e assim precisamos extrair o que as pessoas tem para nos dar. Essa andança toda não foi em vão e graças a Deus, Ele me deu vida para poder agradecer e digo a vocês não espere para amanhã, não espere ficar doente, viva o hoje", finaliza.
Homenagem Leoc
"Trabalhei com Augusto em inúmeros jogos e sempre no seu momento de descanso ele se trancava no vestiário para fazer suas orações, fosse pela manhã, ou a tarde, ele não deixava de tirar um momento seu com Deus. Por meio de sua fé e ao lado de sua família que sempre foi seu porto seguro, como ele mesmo dizia, Augusto marcou a vida de muitos de nós que tivemos o privilégio de viver ao seu lado.
Nas viagens geralmente era só ele que falava, (risos), mas palavras de tanta sabedoria que nos deixava impressionados, as vezes mesmo sem saber o que estávamos passando, ele deixava seus conselhos que iam de encontro com o que precisávamos naquele exato momento. Também quando ativava seu lado engraçado nos fazia rir muito, sem falar na pegação de pé com algum colega. Nunca o vi brabo ou chorando, mas sempre levando alegria e nos ensinando com sua vida.
Agora encerra seu ciclo junto conosco dentro das quadras, ginásios ou campos de futebol, e com certeza sentiremos muito sua falta meu querido Augustão, mas nos vemos pelas ruas, nas suas caminhadas com o cachorro, ou nas idas ao supermercado, sempre valerá a pena parar um pouco para ouvi-lo e termos aquela resenha de qualidade. Grande abraço de toda a família Leoc, como você sempre tratou a cada um de nós. Deus abençoe seus passos e sim a vida continua, então bora viver".
Com carinho, família Leoc.