Após alta, funcionários intoxicados em unidade da saúde voltam a ser internados

Três dias após a intoxicação de servidores públicos em Santa Cecília, no Meio-Oeste de Santa Catarina, o estado de saúde das vítimas ainda inspira cuidados. Dos 11 servidores afetados, apenas três estão fora do hospital.

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Segundo o médico responsável pelo atendimento, José Antebi, seis pessoas que haviam recebido alta voltaram a apresentar sintomas e precisaram ser internadas novamente.

“Eles estão com tontura, fraqueza, dor nas pernas, mas todos têm sinais vitais estáveis. Mesmo assim, vou mantê-los internados até que estejam 100% recuperados”, explicou o médico.

A substância que provocou a intoxicação ainda não foi identificada. Amostras foram encaminhadas para análise e, segundo o especialista, o resultado do exame deve ser determinante para entender o que aconteceu.

Caso inédito

O episódio mobilizou toda a equipe do Hospital Doutor Renê Emílio Martinez Mujica, onde os pacientes foram atendidos. O gerente administrativo, Natalício Rodrigues, afirma que o caso é inédito em seis décadas de história da instituição.

“Em 60 anos de hospital, nunca tivemos uma situação assim. Foi necessária uma mobilização total dos profissionais, inclusive porque a médica de plantão também passou mal. A cidade inteira ficou abalada”, disse Rodrigues.

Relembre

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O secretário municipal de Saúde, Eliezer Gomes, confirmou que o caso foi imediatamente comunicado à Vigilância Sanitária e à Polícia Militar, e que as investigações estão sob responsabilidade da Polícia Civil.

Segundo ele, os primeiros sintomas da equipe de saúde intoxicada por refrigerante começaram cerca de uma hora e meia após a ingestão, como sonolência intensa, náusea, vômitos e lapsos de memória. A bebida teria sido entregue por uma mulher durante uma confraternização no posto de saúde.

“Alguns servidores não lembram do que aconteceu, nem que foram internados. É algo fora do comum. Por isso, isolamos a cozinha e recolhemos o material para análise”, relatou o secretário.

Refrigerante foi entregue por familiar de ex-servidor preso

De acordo com informações da Polícia Civil, o refrigerante foi levado por uma mulher identificada como tia de um ex-servidor da Secretaria de Saúde, que estava afastado após denúncias de importunação sexual. Esse homem foi preso na tarde de quinta-feira (23).

A principal linha de investigação é se a entrega do refrigerante tem relação com o caso anterior envolvendo o ex-funcionário. A perícia deve determinar se a bebida continha alguma substância tóxica ou adulterada.

Entre as vítimas, há relatos de confusão mental, sonolência e dores musculares. Uma delas, que preferiu não se identificar, contou que o refrigerante foi entregue por uma mulher, e que os sintomas começaram logo após o consumo.

“Quando meus colegas começaram a passar mal, voltei ao posto para ajudar. Mais tarde também comecei a sentir os sintomas e precisei ser internada”, relatou. A Polícia Civil segue investigando o caso, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde mantém acompanhamento médico e psicológico das vítimas e de suas famílias.

Fonte: ND+