Após dois dias de júri, cinco são condenados por chacina que chocou SC
O crime ocorreu em janeiro de 2023 e terminou com sete pessoas mortas e outras três feridas

Mais cinco integrantes do grupo envolvido no caso da chacina do Morro do Meio, crime que chocou Joinville e todo o Norte catarinense, foram julgados e condenados pelo Tribunal do Júri na última quinta-feira (17). Somadas, as penas ultrapassam 300 anos.
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O crime ocorreu em janeiro de 2023 e terminou com sete pessoas mortas e outras três feridas, além de uma série de outros crimes relacionados, como sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.
A sessão de julgamento durou cerca de dois dias e terminou com a condenação de Larissa Borges, Henrique Vieira Toldo, Maria Vitória da Cruz Gelinski por sete homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas) e três tentativas de homicídio duplamente qualificadas.
E os réus Luiz Felip de Souza e Jussara dos Santos Gonçalves pelos crimes conexos de sequestro, cárcere privado, participação em organização criminosa e dano qualificado de automóvel.
Quais foram as penas dos condenados da chacina em Joinville?
Maria Vitória da Cruz Gelinski
Condenada a 84 anos, 10 meses e 24 dias de reclusão, além de 53 dias-multa, um valor de R$ 2332. Ela foi absolvida parcialmente de alguns crimes, como incêndio, dano e ocultação de cadáver.
“A defesa respeita a decisão soberana dos jurados mas entende que há fortes provas de sua inocência, por isso, já foi interposto o recurso de apelação onde vamos buscar pela sua absolvição, sobretudo, pela decisão contrária a prova dos autos”, escreveu o advogado Felipe Nitsche.
Luiz Felip de Souza
Luiz recebeu pena de 21 anos e 4 meses de reclusão, além de 61 dias-multa, um valor de R$ 2684. Ele foi absolvido dos sete homicídios consumados e três tentados.
A defesa afirmou ter contestado os argumentos da acusação, destacando que Luiz Felipe chegou à residência após o primeiro homicídio e não esteve presente nos locais onde os demais crimes ocorreram. “Estamos satisfeitos com o apenamento, não vamos recorrer a decisão”, declarou o advogado Nilton Ribeiro.
Jussara dos Santos Gonçalves
Condenada a 16 anos, cinco meses e 15 dias de reclusão em regime fechado e 53 dias-multa, equivalente a R$ 2332. Ela foi absolvida dos crimes de homicídios consumados, homicídios tentados, ocultação de cadáver e dano.
A advogada Ana Paula Azevedo relatou que ficou satisfeita com as absolvições, mas que vai recorrer aos outros crimes. “Pela inexistência de provas quanto a participação dela em qualquer dos outros delitos, fiquei surpresa com a condenação em organização criminosa, sequestro e cárcere privado, incêndio e furto, e por entender que a condenação é contrária as provas dos autos irei recorrer da sentença”, disse.
Larissa Borges
Larissa Borges foi condenada a 98 anos, 10 meses e três dias de reclusão em regime fechado, oito meses e cinco dias de detenção, além de 88 dias-multa, equivalente a R$ 3872. Larissa teve a defesa realizada por Adriana Yurika Iwashita da Defensoria Pública de Santa Catarina, mas a reportagem ainda não conseguiu contato para saber se haverá recurso.
Henrique Vieira Toldo
Condenado a 97 anos e 1 mês de reclusão em regime fechado, além de 84 dias-multa, que equivale a R$ 3696. A reportagem procurou a defesa de Henrique, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Relembre o caso
Conforme a denúncia da 22ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville, no dia 8 de janeiro de 2023, por volta das 9h25, na Estrada Serrinha, bairro Vila Nova, foram localizados seis corpos em avançado estado de carbonização no interior de um carro.
No dia anterior aos fatos, uma das vítimas teria se dirigido até um bar ou “bailão”. Nesse local, teria se desentendido com uma das denunciadas, integrante de facção criminosa.
Conforme consta na ação penal, a vítima fez um gesto com a mão, dando a entender que pertencia à facção criminosa rival. Em seguida, teria retornado à casa onde morava com as demais vítimas para tentar se esconder de integrantes da organização criminosa. Porém, os réus invadiram o imóvel e abordaram todos que estavam lá.
Após a ordem de uma das acusadas, que tinha posição de chefia na organização criminosa na região do bairro Morro do Meio, o grupo sequestrou as vítimas e as manteve em cárcere privado. De acordo com o inquérito policial, as vítimas foram separadas. Três delas foram levadas para a área externa do imóvel, enquanto as demais continuaram no interior da residência.
Após a divisão, os réus localizaram outra vítima nos fundos do imóvel. Esta, que seria o alvo da ação dos criminosos, foi espancada, morta e decapitada. Dentro do imóvel, os réus amarraram as vítimas e as espancaram.
A ação penal detalha que, após as agressões, os suspeitos colocaram um corpo no porta-malas de um automóvel e sequestraram os demais. Conforme apurado, no veículo, além do corpo, foram levadas outras duas vítimas.
Em um segundo automóvel, foram colocadas outras três pessoas amarradas, assim como as demais vítimas, que foram levadas em um terceiro carro.
Com os três veículos, o grupo seguiu até o bairro Vila Nova com o objetivo de matar as vítimas e ocultar os seus cadáveres. Durante o trajeto, um dos veículos estragou e foi abandonado, e os réus não mataram as três vítimas que levavam.
Posteriormente, após as 17h do dia 8 de janeiro, nas imediações do bairro Vila Nova, os denunciados tiraram a vida de seis vítimas com vários tiros na região da cabeça.
Após o ato criminoso, colocaram os corpos no interior do automóvel e atearam fogo ao veículo. Então, ocultaram o cadáver de uma das vítimas em meio a uma plantação de pupunha nas imediações da Estrada Duas Mamas, também no bairro Vila Nova.
As vítimas foram identificadas como: Ivonei Wendler dos Santos, João Mário do Amaral, Daniel Marcolino de Lima, Marcos Machado, Bruno dos Santos Sales, Rivair Amaral Ribeiro e Cristiano Souza.
Fonte: ND+
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