Autoaceitação: o caminho amoroso de volta para si mesmo!
Aceitar-se é reconhecer quem se é agora, com seus acertos e imperfeições, com sua história, suas dores e suas belezas.
Marcia Lech
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Por Márcia Lech
Vivemos tempos em que a imagem muitas vezes importa mais do que a essência. Somos constantemente expostos à expectativa de sermos produtivos, perfeitos, sempre fortes, sempre prontos. Nesse cenário, aceitar-se — profundamente, com todas as luzes e sombras — torna-se um ato de coragem e amor.
Autoaceitação é diferente de conformismo. Aceitar-se não é desistir de evoluir, mas sim reconhecer quem se é agora, com seus acertos e imperfeições, com sua história, suas dores e suas belezas.
“Eu me permito ser quem eu sou, com tudo o que eu sou.” Essa é a frase que propus para repetirmos como afirmação diária — e ela resume muito da prática desta semana.
Por que é tão difícil se aceitar?
Ao longo da vida, carregamos crenças, cobranças e comparações. Somos moldados por expectativas externas, por padrões sociais e experiências que nos ensinaram, muitas vezes, a esconder quem somos para sermos aceitos.
No entanto, quando negamos partes de nós, deixamos de ser inteiros. Passamos a viver com máscaras, representando papéis, perdendo o contato com nossa verdade interior. A autoaceitação é um convite a voltar para casa — para dentro — e dizer:
“Me acolho como sou e reconheço que estou em processo de aprendizagem.”
A prática da aceitação não nos paralisa. Ela nos fortalece.
Aceitar-se é o primeiro passo para mudar de verdade. Só podemos transformar aquilo que reconhecemos. Quando negamos uma emoção ou comportamento, damos a ele mais poder. Já quando o reconhecemos com honestidade, criamos espaço para agir com mais consciência.
Por exemplo: ➡ Se você se percebe muito crítico consigo mesmo, pergunte-se — eu trataria um amigo da mesma forma como trato a mim? ➡ Se sente tristeza, não a ignore. Acolha. Pergunte o que te faz sentir assim. O que pode ser feito com isso?
Na vida, há três tempos fundamentais:
O nosso tempo de agir;
O tempo do outro, que não está sob nosso controle;
E o tempo da vida, ou como alguns preferem chamar, o tempo de Deus.
Saber discernir entre eles é sabedoria emocional. E a autoaceitação nos ajuda a caminhar com mais leveza em meio a esses tempos.
Sem comparação, com mais compaixão
As redes sociais amplificaram a tendência de comparação. Somos bombardeados com o brilho do outro e nos esquecemos da nossa própria luz. Mas cada ser tem seu caminho, seu processo, suas virtudes e seus desafios.
Você não precisa ser igual. Você precisa se reconhecer. Olhe para a sua própria trajetória com carinho. Pare de se medir pela régua dos outros. Olhe para si com o mesmo afeto que ofereceria a quem você ama.
Neurociência e autoaceitação
Pesquisas com neuroimagem já demonstraram que pessoas que exercitam a autoaceitação ativam regiões cerebrais associadas ao autocontrole e à regulação emocional. Ao mesmo tempo, reduzem a atividade da amígdala — parte do cérebro ligada ao medo, à reatividade e ao estresse.
Ou seja, aceitar-se diminui a ansiedade e amplia a consciência. É um estado interno que nos prepara para os desafios da vida com mais equilíbrio, discernimento e serenidade.
Um exercício para sua semana
Além da reflexão, propomos uma prática poderosa: a respiração cíclica (ou em três tempos).
Ela ajuda a acalmar o sistema nervoso e trazer presença para o agora. Experimente:
Inspire contando até 3.
Segure o ar contando até 3.
Expire contando até 6.
Faça isso por alguns minutos no seu dia. Em silêncio, com suavidade. E então, diga a si mesmo:
“Eu me permito ser quem eu sou. Com tudo o que sou.”
Conclusão
A autoaceitação é o início de toda transformação verdadeira. Aceite-se como é hoje — com luzes e sombras, erros e aprendizados, beleza e imperfeição. Você é um ser em construção. E isso é mais do que suficiente.
A partir disso, será possível acolher os outros com mais leveza, caminhar com mais autenticidade, viver com mais verdade.
E lembre-se:
“Quando você se aceita com amor, você se libera para crescer.”
Márcia Lech – Psicóloga e Diretora da Espaço Ser. Especialista em Desenvolvimento Humano, com mais de 25 anos de atuação e mais de 50 mil vidas impactadas. Atua com foco na potencialização de talentos, formação de líderes e agentes de transformação. À frente da Espaço Ser, promove o autoconhecimento e o desenvolvimento integral para uma vida mais saudável, realizada e com propósito.
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