Brasil está entre os países que mais cresceram no primeiro trimestre de 2025

O Brasil foi destaque no cenário econômico global ao registrar um crescimento de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coloca o país entre as economias que mais avançaram no período, superando a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que ficou em apenas 0,1%.

O principal responsável por esse desempenho foi o setor agropecuário, que teve alta expressiva de 12,2% em relação ao trimestre anterior. A recuperação da produção agrícola, especialmente de grãos, foi o grande motor desse avanço. A estimativa do IBGE é de que o país alcance uma safra recorde de 328,4 milhões de toneladas neste ano.

Além da agropecuária, o consumo das famílias também contribuiu positivamente para o PIB, com crescimento de 1%. Esse aumento foi impulsionado pela geração de empregos formais e pela elevação da renda, mesmo diante das taxas de juros elevadas. Os investimentos produtivos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceram 3,1%.

Em contrapartida, o setor de serviços teve avanço mais modesto, de 0,3%, e a indústria registrou uma leve retração de 0,1%.

Comparação internacional

O crescimento brasileiro foi superior ao registrado por diversas economias desenvolvidas. Países como os Estados Unidos e o Japão tiveram retração no período, enquanto a China, embora ainda em alta, teve um crescimento menor (1,2%) do que o trimestre anterior.

Perspectivas para os próximos meses

Apesar do bom resultado no início do ano, economistas alertam para uma possível desaceleração do crescimento nos próximos trimestres. Um dos fatores é o fim do impulso causado pela colheita da safra, além da manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas.

No cenário internacional, as incertezas também permanecem, como a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que pode impactar negativamente as exportações brasileiras. Ainda assim, o mercado de trabalho continua demonstrando sinais positivos, o que pode sustentar o consumo e manter o ritmo de crescimento.