Clima

Ciclone provoca maré alta, ventos de até 103 km/h e transtornos em cidades de SC

Ciclone extratropical atinge SC com maré alta, alagamentos, ventos de até 103 km/h e falta de energia. Fenômeno afetará 18 municípios

Pedro Silva

29 de julho de 2025 às 11:05

Um ciclone extratropical provocou uma série de transtornos em Santa Catarina entre segunda-feira (28) e terça-feira (29). O fenômeno causou maré alta, ventos intensos e danos em pelo menos 18 municípios do Estado, segundo a Defesa Civil.

A situação mais crítica foi registrada na madrugada de terça, quando a maré atingiu 1,76 metros em Florianópolis, o maior índice dos últimos seis meses. A água invadiu casas, causou alagamentos em ruas e prejudicou o trânsito em vias como a SC-405 e a Avenida Gustavo Richard.

Cidades do Sul foram duramente atingidas

No Sul do Estado, cidades como Laguna, Garopaba, Jaguaruna, Balneário Rincão, Arroio do Silva e Araranguá também enfrentaram os efeitos da ressaca. Em Laguna, a comunidade do Farol de Santa Marta teve embarcações atingidas e precisou do apoio das defesas civis regionais para retirar os barcos. Em Araranguá, decks de madeira na praia do Morro dos Conventos foram destruídos pela força da maré.

Em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, a maré alcançou 1,73 metros, alagando parte da faixa de areia da Praia Central. A Defesa Civil alertou que o fenômeno deve se manter até a tarde desta quarta-feira (30), impulsionado pela combinação do ciclone com a fase de lua nova.

“Estamos na lua nova, o que eleva a maré astronômica. Teremos novo pico nesta terça à tarde e outro na madrugada de quarta”, explicou a meteorologista Francine Sacco, da Defesa Civil.

Ventos fortes causam destelhamentos e falta de energia

Além da maré alta, os ventos provocaram estragos em várias regiões do Estado. Em Urupema, na Serra Catarinense, as rajadas chegaram a 103 km/h, sendo a maior velocidade registrada nas últimas 24 horas.

Segundo a Celesc, cerca de 43 mil unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica. As áreas mais afetadas foram o Litoral, o Planalto, o Vale do Itajaí e a Grande Florianópolis. Cerca de 250 equipes da companhia foram mobilizadas para o atendimento às ocorrências.

Em Florianópolis, os ventos destelharam a estrutura da sede da Polícia Militar no bairro Trindade. Já em Tubarão e Capivari de Baixo, houve quedas de árvores e placas publicitárias, além de danos na rede elétrica.

Em Criciúma, apesar de não haver residências atingidas, diversas árvores caíram sobre vias públicas, comprometendo o fornecimento de energia. Situação parecida ocorreu em Joinville, que registrou cinco quedas de árvores e danos em áreas rurais. O Plano de Contingência foi elevado para o nível laranja. Em São Bento do Sul, houve oito chamados por quedas de árvores em vias públicas.