Cinemateca Catarinense inaugura Casa do Acervo na Casa de Cultura Rogério Sganzerla em Joaçaba

A Cinemateca Catarinense, em parceria com a Secretaria Municipal de Comunicação, Cultura, Turismo e Eventos e a Prefeitura de Joaçaba, celebra a abertura da Casa do Acervo Cinemateca Catarinense, espaço para sediar o acervo de quase 40 anos de produção audiovisual catarinense na Casa de Cultura
Rogério Sganzerla, em Joaçaba. O evento será nesta quarta, dia 27, às 19h, com exibição de filmes e entrada gratuita.

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As duas instituições firmaram um termo de cooperação para o recebimento do acervo, a fim de preservar a memória audiovisual de Santa Catarina. É a primeira vez em sua história que a Cinemateca passa a ter um espaço cedido formalmente, onde o acervo terá condições de receber tratamento arquivístico para preservação.

A mudança do acervo de Florianópolis para Joaçaba e o evento que marca a inauguração é resultado do esforço das gestões da Cinemateca Projetar SC (2023/2025) e a atual, Memória em Projeção, e de diversos voluntários associados. A coleção, que reúne rolos de filmes, fitas magnéticas, DVDs e mídias digitais, cartazes, fotografias, documentos, livros e equipamentos que testemunham a evolução do cinema e o trabalho criativo de centenas de profissionais, passa a ficar junto da instituição que homenageia um dos mais emblemáticos cineastas catarinenses. Rogério Sganzerla influenciou gerações de realizadores, e guarda relação com o Memorial Rogério Sganzerla, aberto recentemente na Casa de
Cultura. Pelo uso do espaço, a Cinemateca fará ações mensais de contrapartida social, como oficinas e palestras formativas.

Na abertura estarão presentes, entre outros, Paulo Guilherme Krause, secretário de Comunicação, Cultura, Turismo e Eventos de Joaçaba, Pedro Rafael Peretti, intendente de Cultura, Gabi Bresola, diretora de Acervo e Fernanda Ozório da Conceição, diretora colegiada, ambas representando a atual gestão da Cinemateca.

A Cinemateca Catarinense é uma das mais antigas associações do setor audiovisual brasileiro. Fundada em 19 de maio de 1986, durante quatro décadas impulsionou a retomada da produção cinematográfica catarinense. Esteve junto no nascimento do curso de Cinema da UFSC e foi fundamental para a criação das principais instituições do audiovisual catarinense, o Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Audiovisual e o Sindicato da Indústria Audiovisual de Santa Catarina.

Em 2001, junto com a Fundação Catarinense de Cultura, criou o Edital Prêmio Catarinense de Cinema, até hoje o principal recurso de fomento à realização audiovisual catarinense. Vinte anos depois, em 2021, realizou o Qualifica SC, maior programa de qualificação do setor no Estado. O acervo anteriormente passou por guardas temporárias em diversos lugares, incluindo a TV UFSC.

“É a segunda gestão trabalhando nessa reconstituição do nosso acervo e para conseguir um espaço físico com as adaptações adequadas, fazer a catalogação e o tratamento. É uma grande vitória para a Cinemateca e para todo o audiovisual catarinense, pois sem o registro da nossa história e manutenção da memória, todos perdemos. Esperamos que muito em breve possamos abrir para que as pessoas mandem novos materiais, novos filmes e assim potencializamos esse espaço de salvaguarda da memória”, considera a presidente Marina Simioli.

“É muito simbólico conseguirmos um espaço físico cedido para a Cinemateca, após termos diversas sedes temporárias, e um momento de comemoração e de muito trabalho para conseguirmos recursos de manutenção e para os próximos passos do tratamento arquivístico, incluindo a digitalização”, ressalta Gabi Bresola, que lembra a importância da interiorização da Cinemateca, agora em Joaçaba, em acordo com as políticas de regionalização brasileiras da cultura e uma possibilidade de alavancar um polo de audiovisual no Meio Oeste, como já acontece no Oeste, em Chapecó.

Programação Na programação da abertura está a exibição do filme Três cinematecas de Nicolás
Suarez (20min / doc / 2022) e de curtas produzidos por crianças e idosos na oficina Arquivo vivo: fazendo filmes sobre Joaçaba. Sobre o filme Três Cinematecas: Com direção e roteiro do argentino Nicolás Suárez, o filme mostra como três cinematecas latino-americanas resistem ao tempo e à obsolescência do cinema.

O documentário investiga não apenas a preservação de acervos, mas também o papel simbólico e político desses espaços na memória. Ao revisitar essas instituições, o filme nos convida a refletir sobre o presente e a ter mais consciência das escolhas que fazemos — especialmente em relação ao dia de hoje, em que escolhemos pela preservação da cultura e da memória. Produzida pela Ombu produção, em comemoração ao aniversário de Joaçaba, a ação é promovida pela Mostra.Doc em parceria com a Cinemateca Catarinense e a Prefeitura de Joaçaba.

Sobre a oficina Arquivo Vivo:

Em comemoração ao aniversário de Joaçaba, a Mostra.Doc, uma realização da Ombu produção, convidou a comunidade a transformar imagens da cidade em cinema. A partir de um acervo de fotografias históricas, foram produzidos pequenos filmes para reinventar e preservar as histórias da cidade, conectando passado e presente por meio da linguagem audiovisual.

Fonte: Assessoria de comunicação