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Saúde

Colesterol alto mesmo com alimentação saudável? Entenda por que isso acontece

Genética, sedentarismo, hormônios e até a idade influenciam os níveis de colesterol — não é só a dieta que conta. Entenda!

Éder Luiz

Éder Luiz

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Você evita frituras, embutidos e fast food. Mantém um cardápio equilibrado, rico em frutas, verduras e grãos. E mesmo assim... o colesterol está alto. Se esse é o seu caso, saiba que você não está sozinho — e há explicações para isso.

Embora a alimentação seja uma parte essencial no controle do colesterol, ela representa apenas cerca de 30% do total da substância no organismo. Os outros 70% são produzidos naturalmente pelo fígado. Por isso, fatores como genética, sedentarismo, idade e até algumas doenças podem ter grande impacto nos níveis de colesterol no sangue.

Genética é um fator determinante

De acordo com a nutricionista Stéfany Datovo Prado, diretora do Serviço de Nutrição do Instituto do Coração (InCor/USP), pessoas com predisposição genética podem apresentar níveis elevados de colesterol mesmo com uma dieta considerada saudável.

É o caso da hipercolesterolemia familiar, uma condição hereditária que afeta a forma como o organismo metaboliza o colesterol. Nesse quadro, o fígado tem dificuldade para remover o LDL — o chamado “colesterol ruim” — da corrente sanguínea, fazendo com que ele se acumule nas artérias.

Segundo especialistas, a quantidade e a eficiência dos receptores de colesterol no fígado são os principais fatores que determinam os níveis de LDL em cada pessoa.

Colesterol alto não tem a ver só com o peso

Ao contrário do que muitos imaginam, o colesterol alto não está ligado apenas ao excesso de peso. Pessoas magras também podem apresentar níveis alterados, justamente por conta da forma como o organismo processa e remove o colesterol — algo que está mais relacionado à genética do que à aparência física.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia reforça que o metabolismo individual tem forte influência na forma como o colesterol é absorvido e eliminado pelo corpo.

Sedentarismo também prejudica

Outro fator que contribui significativamente para o aumento do colesterol é o sedentarismo. A prática regular de atividades físicas, como caminhada, corrida, natação ou pedalada, ajuda a reduzir os níveis de LDL e triglicérides, ao mesmo tempo em que aumenta o HDL — o colesterol “bom”.

Além disso, o exercício físico estimula enzimas que quebram gorduras no sangue e reduz a ação de outras que favorecem o acúmulo de lipídios. Manter uma rotina ativa é uma das recomendações mais eficazes para melhorar o perfil lipídico no sangue.

Doenças e hormônios também influenciam

Condições como diabetes mal controlada, hipotireoidismo, doenças renais e até o envelhecimento natural podem desregular o metabolismo das gorduras no corpo. O uso de certos medicamentos, como anticoncepcionais e corticoides, também pode elevar os níveis de colesterol.

Outro ponto importante é o cigarro: suas toxinas reduzem o HDL e favorecem inflamações, piorando ainda mais o quadro.

Como controlar o colesterol no dia a dia

Apesar do peso dos fatores genéticos, manter uma alimentação saudável continua sendo indispensável. A cardiologista Fabiana Hanna Rached, diretora científica do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, recomenda uma dieta rica em fibras, frutas, vegetais e grãos integrais, com baixo teor de gorduras saturadas e trans.

Entre os alimentos que devem ser evitados ou consumidos com moderação estão carnes processadas, embutidos, frituras, doces industrializados, laticínios integrais e óleos vegetais em excesso.

Também é essencial manter uma rotina de atividades físicas — pelo menos 150 minutos por semana, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde —, além de evitar o cigarro e fazer acompanhamento médico regular.

Quando é necessário recorrer aos medicamentos

Em alguns casos, mesmo com uma alimentação adequada e exercícios físicos, o colesterol permanece alto. Nessa situação, o médico pode indicar o uso de medicamentos, especialmente as estatinas, que são consideradas o tratamento padrão para reduzir o LDL.

As estatinas são recomendadas para pessoas com risco cardiovascular elevado, como idosos, pacientes com histórico de infarto, diabetes tipo 2 ou colesterol muito alto (acima de 160 mg/dL).

Estatinas são seguras, dizem especialistas

Apesar de polêmicas nas redes sociais, as estatinas são seguras, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Estudos científicos mostram que elas não causam demência, impotência sexual ou alteração na libido.

Os efeitos colaterais, quando ocorrem, costumam ser leves — como dores musculares, pequenas alterações no fígado ou aumento do risco de diabetes em pessoas predispostas. Ainda assim, os benefícios no controle do colesterol e na prevenção de doenças cardiovasculares superam amplamente os riscos.

Colesterol alto é fator de risco para doenças graves

Quando em excesso, o colesterol LDL se acumula nas paredes das artérias e pode causar obstruções, aumentando o risco de infarto, AVC e aterosclerose. A condição é silenciosa e só pode ser detectada por exames de sangue, por isso é fundamental realizar check-ups periódicos.


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