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Foto: canva
Estado

Dados preocupantes: Novembro tem maior número de feminicídios do ano em Santa Catarina

Levantamento aponta pelo menos nove assassinatos de mulheres no mês; dez casos ocorreram em apenas 18 dias.

Luan

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Novembro tornou-se o mês mais violento de 2025 para as mulheres em Santa Catarina. Segundo levantamento divulgado pelo NSC Total, nove feminicídios foram registrados ao longo do mês, superando períodos anteriores que haviam alcançado o máximo de cinco mortes, como fevereiro, julho e setembro. Até o dia 21 de novembro, ao menos 11 mulheres haviam perdido a vida em situações violentas, considerando ainda casos em investigação.

FIQUE POR DENTRO DAS NOTÍCIAS EM TEMPO REAL:

O primeiro registro ocorreu no dia 3 de novembro, em Itapema. Uma mulher de 57 anos foi encontrada morta dentro de casa, no bairro Morretes. O local apresentava sinais de violência e o caso foi tratado como feminicídio desde o início pelas autoridades.

No dia seguinte, 4 de novembro, a jovem Thaís Sachainy Araújo, de 27 anos, foi morta por asfixia pelo ex-companheiro em Balneário Rincão. Ele alegou ter se “defendido’’ durante uma briga, mas acabou detido.

Já em 8 de novembro, a polícia encontrou o corpo de Karla Luiza Schvirkoski Domingos, de 30 anos, em uma rua de Balneário Barra do Sul. Vizinhos relataram ter ouvido um forte impacto na via antes de localizar a vítima. Uma das linhas de investigação é de feminicídio, uma vez que havia histórico de relacionamento abusivo envolvendo a mulher.

No dia 9, em Criciúma, Lucila Borges Pagani, de 63 anos, foi encontrada morta na própria casa com hemorragias e marcas de agressões. O companheiro dela, de 69 anos, foi preso em flagrante. Vizinhos e familiares confirmaram episódios frequentes de violência.

Seis dias depois, em 15 de novembro, Débora Ester Araújo da Silva, de 33 anos, foi assassinada a facadas em Santa Rosa do Sul. O autor, preso logo após o crime, confessou ter atacado a vítima após uma discussão envolvendo a guarda dos filhos.

Em 19 de novembro, outra mulher, de 59 anos, foi localizada sem vida em Braço do Norte, com perfurações causadas por objeto cortante no interior da residência. O caso segue em apuração.

No dia 21, dois feminicídios foram identificados em sequência no estado. Em Itajaí, uma mulher foi morta pelo marido com disparos de arma de fogo dentro da própria casa. Ainda no mesmo dia, em Florianópolis, Catarina Kasten, de 31 anos, foi encontrada morta em uma trilha na Praia do Matadeiro. Um suspeito foi preso horas depois.

Ainda em Criciúma, nas mesmas 24 horas, outro crime chocou a região: Rita de Cassia da Silva Silveira, de 59 anos, e sua filha Talia da Silva Silveira, de 28, foram mortas pelo próprio familiar — filho e irmão das vítimas. O homem foi baleado e morto pela polícia após ameaçar agentes e moradores.

Um panorama que preocupa

Até outubro de 2025, o Observatório de Violência contra a Mulher contabilizava 38 feminicídios em Santa Catarina. Se todos os novos casos forem confirmados, o número sobe para 46, empurrando o estado para um dos anos mais graves da série recente.

Especialistas alertam que a aproximação de datas festivas costuma elevar tensões domésticas, o que pode refletir no aumento das ocorrências. Conforme avaliação de especialistas citados pelo NSC Total, as variações nos números mostram que, mesmo com avanços em políticas públicas, o risco permanece elevado.

A Polícia Civil segue investigando os casos mencionados, enquanto órgãos de proteção reforçam a importância da denúncia e do atendimento especializado às vítimas.


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