Empresário morto em buraco no Autódromo de Interlagos foi asfixiado, aponta laudo oficial
Investigação considera hipótese de homicídio após perícia revelar sinais de esganadura e morte por compressão pulmonar.

O empresário Adalberto Amarilio Júnior, de 35 anos, encontrado morto dentro de um buraco em uma área em obras no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, teve uma morte violenta por asfixia, segundo laudo necroscópico divulgado pela Polícia Técnico-Científica. A informação foi confirmada nesta terça-feira (17) por veículos da imprensa nacional.
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi asfixia por compressão torácica, possivelmente provocada por outra pessoa. O corpo do empresário apresentava escoriações no pescoço compatíveis com esganadura. Não foram identificados sinais de lesões traumáticas graves, tampouco violência sexual.
Adalberto desapareceu no dia 30 de maio, após participar de um evento de motociclismo no autódromo. Seu corpo foi encontrado apenas em 3 de junho, por um funcionário da obra, em um buraco de aproximadamente três metros de profundidade por 70 centímetros de diâmetro. O empresário estava sem calça e sem tênis no momento da localização do corpo.
Contradições e hipóteses
Testes toxicológicos não detectaram álcool nem drogas no organismo do empresário, o que contradiz o depoimento de um amigo, Rafael Aliste, que relatou à polícia que os dois haviam consumido cerveja e maconha no dia do evento. Rafael foi a última pessoa a ver Adalberto com vida e, embora não seja suspeito, é uma testemunha-chave na investigação.
A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), trabalha com a hipótese de que o empresário tenha sido morto e depois colocado no buraco. A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, mencionou a possibilidade de um confronto físico com alguém, como um segurança, após Adalberto tentar acessar uma área restrita ao buscar seu carro, que estava estacionado em local proibido no kartódromo anexo.
“Nesse confronto, especula-se que a pessoa poderia ter pressionado Adalberto com o joelho ou sentado sobre ele, o que teria provocado a compressão torácica, levando ao desmaio e à morte por asfixia”, disse a delegada em entrevista à TV Globo.
Esposa afirma que ele foi vítima de crime
A esposa do empresário, Fernanda, de 34 anos, afirma que ele havia enviado uma mensagem dizendo que iria jantar em casa, e descarta qualquer possibilidade de acidente:
“Posso dizer com certeza que ele foi vítima de um crime. Ele jamais tiraria as calças e o sapato e entraria num buraco. Isso não tem sentido nenhum.”
Seguranças são ouvidos e perícias continuam
Ao todo, 188 profissionais trabalharam no local na noite do evento, entre seguranças do autódromo, kartódromo e equipes contratadas. Pelo menos sete deles já prestaram depoimento, e a polícia pretende ouvir ao menos metade dos envolvidos.
O Instituto de Criminalística (IC) está elaborando um laudo complementar com o mapeamento do local onde o corpo foi encontrado, além de uma reconstituição em 3D com base nos depoimentos e imagens de câmeras de segurança. Outro laudo, que analisará o sangue encontrado dentro do carro de Adalberto, ainda está em andamento. A polícia avalia se essas marcas são recentes ou se não têm relação direta com o crime.
As investigações continuam para esclarecer todos os detalhes da morte do empresário, dono de uma ótica, que teve sua trajetória interrompida de forma trágica e ainda envolta em mistério.
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