Enchentes persistem há um mês e prazo para reconstrução do Rio Grande do Sul é indefinido
Maio de 2024: Um marco na história do Rio Grande do Sul.

Maio de 2024 ficará marcado na história dos gaúchos pela tragédia climática que assola o Estado. Iniciada em abril, a catástrofe atingiu seu auge em maio, afetando 95% dos municípios e mais de dois milhões de pessoas. Passado um mês desde o início das enchentes, meio milhão de gaúchos continuam desalojados, 45 mil vivendo em abrigos, e 12,5 mil animais foram resgatados. O levantamento mais recente aponta 169 mortes e 44 pessoas desaparecidas.
Início da Tragédia
Desde o dia 25 de abril, o Rio Grande do Sul sofria com chuvas fortes em regiões isoladas. Quando o primeiro alerta de inundação foi emitido pela Defesa Civil em 29 de abril, ninguém imaginava a magnitude dos eventos que estavam por vir. O solo encharcado e a precipitação incessante começaram a desenhar um cenário preocupante, com o nível dos rios subindo e as primeiras cidades registrando estragos.
Naquele 29 de abril, o município de Sinimbu, na região central do Estado, ficou completamente ilhado, sem luz e com dificuldades no sinal de internet. Diversas pontes que ligam o município às áreas rurais e outras cidades foram destruídas, e vias alternativas foram bloqueadas por desmoronamentos de terra.
Escalada dos Estragos
No dia 30 de abril, o Governo do Estado confirmou as primeiras mortes decorrentes da tragédia. Desde então, o poder executivo publica boletins diários detalhando a dimensão dos estragos causados pela enchente. Em 1º de maio, o Governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública, considerando a intensidade dos eventos registrados, classificados como desastres de nível III.
Planos de Reconstrução
O Governo do Estado planeja a reestruturação dos 473 municípios atingidos através de ações de curto, médio e longo prazo, distribuídas em três eixos: ações emergenciais, de reconstrução e um conjunto de medidas chamado Rio Grande do Futuro. Desde o decreto de calamidade, o executivo já destinou mais de R$ 650 milhões aos municípios, aplicados em áreas como defesa civil, saúde, aluguel de maquinário, auxílio abrigamento e aluguel social.
Mobilização de Recursos
Uma chave PIX, utilizada na tragédia do Vale do Taquari em 2023, foi reativada para arrecadar doações da sociedade civil e destinar às famílias atingidas. A iniciativa já arrecadou quase R$ 80 milhões. O Governo Federal destinou R$ 62,5 bilhões ao Rio Grande do Sul e permitiu a antecipação de benefícios sociais e a prorrogação do pagamento de tributos. Programas como Auxílio Reconstrução, inclusão de vinte mil gaúchos no Bolsa Família e liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foram implementados. O pagamento da dívida do Estado com a União foi suspenso por três anos.
Futuro Incerto
Mesmo com todos os incentivos e recursos destinados às vítimas da maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul, ainda não se sabe quanto tempo levará ou quanto custará para que tudo volte ao normal. Cidades como Eldorado do Sul, Canoas e Lajeado estudam uma reorganização urbanística, transferindo bairros inteiros para outras regiões para evitar futuras catástrofes. Outras cidades, como Estrela, Sinimbu e Cruzeiro do Sul, precisarão ser praticamente reconstruídas do zero.
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