Família cobra justiça após motorista bêbado matar pai na BR-470
Filhos de Celestino Nadal pedem punição ao motorista bêbado que causou acidente fatal e não foi preso em flagrante.

A família de Celestino Nadal, morto em um grave acidente de trânsito na BR-470, está em busca de justiça. A tragédia aconteceu no último sábado (2), quando Celestino e sua companheira, Simone de Oliveira Ribeiro da Silva, viajavam para um encontro de carros antigos em Lages. Ambos morreram na hora após serem atingidos frontalmente por um veículo que invadiu a pista contrária, afirmam testemunhas.
FIQUE POR DENTRO DAS NOTÍCIAS EM TEMPO REAL:
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o condutor do outro carro apresentava sinais claros de embriaguez, não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e portava uma arma de fogo. Segundo informações, ele não foi apresentado na delegacia e não foi preso em flagrante, o que gerou revolta entre os familiares das vítimas e na comunidade.
Em entrevista exclusiva ao Portal RBV, o filho de Celestino, Bruno Nadal, fez um apelo emocionado por justiça e relatou os momentos de dor e indignação enfrentados pela família.
“Um homem decidiu beber até cair, pegou a rodovia, bateu violentamente no carro do nosso pai e da companheira dele. Eles morreram na hora. Populares que chegaram ao local disseram que o cheiro de álcool era insuportável. Ele ainda sacou uma arma e ameaçou as pessoas que tentavam ajudar. Se não tivessem desarmado ele, a tragédia poderia ser ainda maior”, relatou.
A indignação aumentou quando a família soube da liberação do motorista, mesmo com todos os indícios de crime. “A gente não acredita que alguém que fez tudo isso esteja solto. Nosso pai sempre foi uma pessoa correta. Não vamos nos calar até que a justiça seja feita.”
Bruno também agradeceu o apoio de diversas lideranças, como o deputado estadual Sérgio Motta, os vereadores de Videira — Pardal, Tatá e Nivaldo —, e o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
Delegado-geral cobra medidas duras
A conduta do motorista e a liberação sem a prisão em flagrante foram duramente criticadas pelo delegado-geral Ulisses Gabriel, que classificou o caso como extremamente grave.
Segundo ele, há indícios claros de múltiplos crimes. “Observamos um possível homicídio duplo doloso, porte ilegal de arma, direção sem CNH e embriaguez ao volante. Em uma situação normal, o delegado de polícia teria que ter lavrado o auto de prisão em flagrante e representado pela prisão preventiva do suspeito.”
Ulisses informou que, diante das possíveis falhas no procedimento, solicitou os boletins de ocorrência à Polícia Rodoviária Federal e à Polícia Civil de Campos Novos, e determinou ações imediatas.
“Não podemos permitir que, por negligência, um criminoso que praticou um grave crime permaneça em liberdade. Precisamos agir com firmeza e responsabilidade”, declarou.
Ele ainda comunicou que a Corregedoria da Polícia Civil de Santa Catarina foi acionada para investigar a conduta do delegado plantonista responsável pela liberação do motorista. Segundo o delegado-geral, não há justificativa plausível para que o autor do acidente não tenha sido mantido preso.
Ulisses também chamou atenção para os números alarmantes de mortes no trânsito em Santa Catarina. “Hoje, temos praticamente o dobro de mortes no trânsito do que homicídios dolosos. E esses acidentes são evitáveis. Se as pessoas respeitarem a lei, não beberem antes de dirigir e agirem com consciência, muitas vidas poderão ser salvas.”
A Polícia Civil da comarca de Campos Novos segue investigando o caso. O inquérito apura todos os elementos para que o Ministério Público possa decidir sobre a possível responsabilização criminal do motorista. A expectativa é de que haja pedido de prisão preventiva nos próximos dias.
Fonte: Portal RBV
Nos siga no
Google News