Fisiculturista morto no Oeste planejava deixar carta culpando a esposa caso algo acontecesse
A Polícia Civil finalizou as investigações sobre o assassinato de Valter Aita enquanto ele dormia.

Antes de ser assassinado pela esposa, o fisiculturista Valter de Vargas Aita, de 41 anos, chegou a afirmar em uma mensagem trocada com a esposa que, se algo acontecesse com ele, deixaria uma carta apontando a autora do crime. Ele foi morto no dia 7 de setembro, na Avenida Sete de Setembro, em Chapecó, Oeste de Santa Catarina. A Polícia Militar foi acionada por volta das 7h daquele domingo.
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A investigação da Polícia Civil ouviu diversas testemunhas e coletou materiais essenciais para esclarecer o crime. Segundo o delegado Deonir Moreira Trindade, a suspeita matou o marido motivada por ciúmes. Ela foi presa em flagrante e deve responder por homicídio qualificado, por motivo fútil e dificuldade de defesa da vítima.
Valter foi atingido por cerca de 21 golpes de uma faca de cozinha grande enquanto dormia, já que tinha o costume de dormir sem roupas. A primeira facada atingiu a região jugular de surpresa.
Outros golpes atingiram cabeça, rosto, nuca, braços, pernas, tórax e abdômen. Conforme a Polícia Civil, ao menos três ferimentos eram potencialmente letais, ou seja, poderiam ter causado a morte da vítima isoladamente.
O exame também revelou arranhaduras, mordeduras humanas e cortes nas palmas das mãos, indicando que Valter tentou segurar a lâmina para se defender. A autora apresentava apenas lesões leves, com escoriações na cabeça e corte em uma das mãos.
Após os golpes, Valter tentou fugir do apartamento, deixando rastros de sangue pelos corredores. Uma vizinha relatou que viu seu rosto aparentemente intacto, o que sugere que ele tenha sido atingido novamente após cair e desmaiar na escada.
A testemunha ainda disse não ter ouvido brigas ou discussões, mas escutou os apelos de Valter pelo corredor: “Meu Deus, por que você está fazendo isso”, teria sido uma de suas últimas frases.
Crime praticado por ciúmes
Diálogos da suspeita com uma amiga revelaram que o crime foi motivado por ciúmes. A mulher acreditava que o marido mantinha relações com outras pessoas e já havia demonstrado desejo de matá-lo.
Ela monitorava o companheiro por meio de pequenos buracos na parede do quarto, vigiando-o a partir de outro cômodo, aparentemente há algum tempo. Mensagens de texto e áudios reforçaram a obsessão da mulher: “Ele vai pagar pelo que estava fazendo comigo”, afirmou em um dos áudios. Valter, em resposta, disse que não se submeteria a levar facadas da esposa.
Dias antes do crime, a mulher enviou fotos do marido dormindo, evidenciando a vigilância constante. Outras provas foram encontradas no celular, incluindo interações com inteligência artificial, que demonstravam frustração e instabilidade emocional em relação à suposta infidelidade do esposo.
O casamento do casal
O casal se casou formalmente em 2021. Durante a união, a mulher apresentava comportamentos estranhos, incluindo manifestações de que poderia matar o marido. O casal vivia de forma discreta, já que havia um mandado de prisão contra ela por um crime em Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Após o assassinato, a suspeita foi presa em flagrante e submetida à audiência de custódia, com a prisão preventiva decretada a pedido da Polícia Civil. Segundo o delegado Rodrigo Moura, se condenada, ela pode cumprir pena entre 12 e 30 anos, somada à condenação preexistente. O inquérito policial deve ser finalizado nos próximos dias.
Fonte: ND+
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