Formandos têm dificuldade em juntar dinheiro após ter R$ 77 mil desviados para o Jogo do Tigrinho
Estudantes estão contando com ajuda de doações. Caso segue em investigação.

Os formandos de direito que denunciaram a colega, presidente da comissão de formatura, por usar quase R$ 77 mil do valor economizado para a festa da turma com apostas on-line, voltaram a levantar fundos para a cerimônia, mas enfrentam dificuldades.
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Segundo Nicoli Bertoncelli Bison, 23 anos, uma das vítimas, a menos de 50 dias da nova data do evento, marcado para 3 de maio de 2025, foram arrecadados R$ 1.899,64 em uma vaquinha online. Os alunos vendem pizzas e rifas, mas o lucro dessas ações ainda não foram contabilizados.
A nova data, segundo Nicoli, foi uma das duas disponibilizadas pela empresa contratada para organizar a festa. A outra seria em 19 de abril. O caso ocorreu em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, e é investigado pela Polícia Civil, que trabalha com duas linhas de investigação: apropriação indébita ou estelionato.
"Se não conseguirmos arrecadar, teremos que desembolsar o valor para pagar a empresa. Se não, não terá [a formatura]. O pessoal não está com muitas condições para isso. Depois das ações que estamos fazendo, vamos contabilizar o que já temos e como vamos seguir", comentou.
Relembre
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À polícia, Cláudia Roberta Silva confessou que usou o dinheiro em diversos jogos on-line - entre eles, o do Tigrinho - e que pretende reparar o dano causado quando possível, segundo o delegado regional de Chapecó, Rodrigo Moura. Vítimas e testemunhas também foram ouvidas.
"Ela disse que não queria ser a responsável pela comissão de formatura, mas assumiu o compromisso e emprestou sua conta bancária porque ninguém mais queria. Falou que os colegas sabiam que ela jogava, mas que não esperavam essa atitude e, obviamente, ninguém tinha autorizado ela a dar outra finalidade para o valor", afirmou o delegado.
Valores desviados
A formatura inicialmente estava marcada para 22 de fevereiro. Em 27 de janeiro, Cláudia Roberta Silva, presidente da comissão de formatura, encaminhou mensagens aos colegas contando que havia perdido todo o dinheiro da festa. Ela atribuiu situação ao vício em apostas on-line, como o jogo do Tigrinho.
"Eu perdi todo o dinheiro da formatura. Me viciei em apostas on-line, Tigrinho e afins, e quando perdi todo o dinheiro que eu tinha guardado, comecei a usar o da formatura para tentar recuperar. E aí, cada vez mais fui me afundando no jogo", disse.
Após encaminhar as mensagens, a mulher ficou incomunicável. A Polícia Civil afirmou que os formandos passaram a tentar contato com a suspeita, que parou de atender aos colegas e, aparentemente, saiu da cidade para destino desconhecido.
No fim de fevereiro, a defesa da investigada disse que todas as medidas judiciais para recuperação dos valores são tomadas e que ela pretende ressarcir os colegas. O g1 voltou a procurar a suspeita e o advogado dela, Joel Sustakovski, nesta terça-feira (18), mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.
Os formandos registraram um boletim de ocorrência em 6 de fevereiro. Segundo a Polícia Civil, 16 alunos da Unidade Central de Educação Faem (UCEFF) contribuíram por três anos para reunir o valor. Eles informaram que dinheiro foi dividido da seguinte forma:
- R$ 78.992,00 - valor total da formatura;
- R$ 2.000,00 - pago à empresa responsável pela formatura ao fechar contrato;
- R$ 76.992,00 - valor que deveria ter sido pago para empresa em dezembro de 2024.
O que diz a defesa
Na defesa de Cláudia Roberta, o advogado Joel Sustakovski encaminhou nota ao g1. Veja íntegra abaixo.
Conforme já amplamente divulgado antes deste Procurador assumir o caso da Sra. C.R., a mesma confessou que, de fato, se apropriou dos valores relacionados a formatura da turma de Direito, gastando o valor integralmente com apostas online, em especial, o conhecido “Jogo do Tigrinho”.
O que se busca neste momento é o esclarecimento dos fatos, principalmente aos colegas de formatura da suspeita.
Todas as medidas judiciais serão tomadas para tentar recuperar os valores perdidos nas apostas online, assim como será ressarcido os valores aos colegas de formatura. No mais, a suspeita aguarda ser chamada na Delegacia de Polícia Civil de Chapecó SC para ser ouvida.
O caso serve de alerta, haja visto que não é um caso isolado, e prova que tal modalidade de apostas leva pessoas a perderem o controle financeiro e emocional, como foi o caso.
Importante destacar que a suspeita também utilizou valores seus e a soma ultrapassa o valor que era destinado a festa de formatura.
O que disse a empresa
A Nova Era Formaturas vem a público prestar esclarecimentos acerca das recentes notícias envolvendo a subtração de valores arrecadados para a formatura de uma turma de formandos do curso de Direito da UCEFF Chapecó - SC.
A empresa esclarece que não possuía qualquer responsabilidade sobre a arrecadação, administração ou guarda dos valores destinados à realização do evento. A arrecadação foi realizada diretamente pelos formandos, por meio de rateio, sendo os valores depositados em conta bancária de responsabilidade exclusiva dos alunos. Em nenhum momento tais quantias estiveram sob a administração ou custódia da Nova Era Formaturas.
Apesar de não ser responsável pelo ocorrido, a Nova Era Formaturas se solidariza com a situação dos formandos e reafirma seu compromisso com mesmos, ressaltando que está envidando todos os esforços necessários para, em conjunto com os estudantes, viabilizar a realização dos eventos de formatura, de modo a minimizar os impactos do ocorrido e garantir que este momento tão aguardado seja, enfim, concretizado.
Dito isso, reiteramos nosso compromisso com a transparência, profissionalismo e dedicação para tornar a formatura um evento memorável, e seguimos à disposição dos formandos e de seus familiares para quaisquer esclarecimentos adicionais.
Fonte: G1
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