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Clima

La Niña: Organização Mundial de Meteorologia prevê fenômeno mais curto e piora do calor

Relatório Atualizações Climáticas Sazonais Globais regulares indica temperaturas acima da média em quase todas as áreas terrestres do mundo

Luan

Luan

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O fenômeno climático natural La Niña, que acontece desde dezembro do ano passado, deve ser mais curto que o habitual. De acordo com a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a previsão é que as temperaturas sejam mais altas do que o esperado para este ano, piorando as condições de calor ao redor do mundo.

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Em relatório divulgado pela OMM, o La Niña vigente é definido como um “evento fraco” e incapaz de frear o aumento das temperaturas globais. No ano passado, meteorologistas já se preocupavam com o atraso do início do fenômeno.

Segundo o Inmet, “apenas em dezembro de 2024 a temperatura atingiu valores inferiores a -0,5°C, condição necessária para a caracterização do fenômeno, ainda que em fraca intensidade”. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, esse limiar foi mantido, já se observando um enfraquecimento gradual do fenômeno.

Isso não significa, necessariamente, que teremos um retorno rápido do El Niño – fenômeno que alterna com o La Niña e geralmente provoca temperaturas mais altas nas regiões tropicais, como no Brasil.

Os principais modelos meteorológicos internacionais, conforme informado pela OMM, indicam que as temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial devem permanecer abaixo da média na primeira quinzena de março, mas tendem a retornar à neutralidade em breve.

— Há uma probabilidade de 60% de que ocorra uma transição das condições de La Niña para a Neutralidade (sem a ocorrência de El Niño e La Niña), durante o trimestre março-abril-maio/2025, aumentando para 70% no trimestre abril-maio-junho/2025 — diz o Inmet.

Ou seja, esse fenômeno pode durar cerca de seis meses, enquanto em condições normais, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, poderia ter mais de um ano de duração.

A probabilidade do El Niño, segundo a OMM, é “insignificante” durante o período de previsão, de março a junho. Mas a incerteza nas previsões de longo prazo é “maior que a usual” devido à barreira de previsibilidade da primavera boreal, afirma a organização.

O que é o La Niña?

O La Niña consiste no resfriamento em grande escala das temperaturas da superfície do oceano Pacífico equatorial, especialmente na sua região central e oriental. Ele causa mudanças na circulação atmosférica tropical, incluindo os ventos, a pressão e os padrões de chuva. Geralmente, anos sob influência do La Niña são mais frios, enquanto os de El Niño são mais quentes.

As mudanças climáticas têm bagunçado os fenômenos e é a isso que a OMM credita este La Niña mais fraco. Nos primeiros meses de 2025, o Brasil e o mundo têm batido recordes de calor em meio ao fenômeno, que deveria provocar resfriamento maior que o do El Niño, influente nos últimos anos.

“As mudanças climáticas induzidas pelo homem estão aumentando as temperaturas globais, exacerbando o clima e o tempo extremos, e impactando os padrões sazonais de chuva e temperatura”, ressalta o relatório divulgado pela organização mundial.

Com temperaturas da superfície do mar acima do normal previstas para persistir em todos os principais oceanos — exceto pelo Pacífico oriental próximo ao Equador —, as últimas previsões do relatório Atualizações Climáticas Sazonais Globais regulares (GSCU, na sigla em inglês) indicam temperaturas acima da média em quase todas as áreas terrestres do mundo.

O que é o El Niño?

É caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico na linha do Equador. Em atuação desde junho de 2023, o fenômeno tem causado diferentes impactos nas cinco regiões do Brasil.

O El Niño é a fase positiva do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Ou seja, quando ele está em atuação, o calor é reforçado no verão e o inverno é menos rigoroso. Isso ocorre porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país, fazendo com que as quedas sejam mais sutis e mais breves. O ar se torna mais seco e passa a circular para baixo, o que dificulta a formação de chuva e está associado a períodos de secas.

Fonte: NSC


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