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Negociações por cessar-fogo em Gaza travam novamente por impasse antigo entre Hamas e Israel

As negociações para um novo cessar-fogo entre Hamas e Israel voltaram a empacar, reacendendo um impasse que se arrasta desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há quase 20 meses. Enquanto o Hamas insiste em um acordo que leve à paz permanente, Israel só aceita uma trégua temporária, com possibilidade de retomar os combates futuramente.

Na semana passada, uma nova rodada de mediação liderada por Steve Witkoff, em nome do presidente Donald Trump, buscou avançar nas conversas. No entanto, o Hamas voltou a pressionar por garantias formais de que qualquer cessar-fogo de 60 dias possa se transformar em uma trégua definitiva.

O grupo palestino quer que o texto do acordo inclua a continuidade das negociações “até que seja alcançado um acordo permanente”. Isso, na prática, permitiria a extensão indefinida do cessar-fogo — algo que Israel rejeita veementemente.

“O posicionamento do Hamas é totalmente inaceitável e representa um retrocesso nas negociações”, declarou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em nota oficial.

Egito e Catar tentam manter negociações vivas

Apesar do impasse, Egito e Catar, principais mediadores árabes no conflito, divulgaram um comunicado conjunto no domingo (2) garantindo que irão “intensificar os esforços para superar os obstáculos nas negociações”.

Mesmo criticando a postura do Hamas, Steve Witkoff afirmou nas redes sociais que, caso o grupo ceda em suas exigências, as negociações sobre os detalhes do acordo podem “começar imediatamente nesta semana”.

O Hamas, por sua vez, respondeu estar pronto para iniciar conversas indiretas com o objetivo de resolver os pontos de discordância, desde que o processo leve à “cessação permanente das hostilidades e retirada total das forças de ocupação”.

Sem consenso, guerra continua e população paga o preço

A pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos, é considerada decisiva para que Israel e Hamas cheguem a um entendimento. Em janeiro, foi a interferência do presidente Trump que convenceu Netanyahu a aceitar uma trégua temporária, quebrada dois meses depois com aval da Casa Branca.

Até o momento, porém, não há sinais concretos de avanço. Israel estaria disposto a considerar um cessar-fogo permanente apenas se o Hamas concordar em se desarmar e retirar suas lideranças da Faixa de Gaza — exigências que o grupo rejeita publicamente, embora haja indícios de disposição para negociações internas.

Enquanto isso, os civis palestinos seguem enfrentando condições dramáticas. Bombardeios israelenses continuam, há escassez generalizada de alimentos e a distribuição de ajuda humanitária está desorganizada. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 4 mil palestinos morreram desde que os confrontos foram retomados em março. O número inclui civis e combatentes, mas não há separação oficial.

Do lado israelense, familiares dos reféns em Gaza continuam sem respostas, e cresce o desgaste interno. A maioria dos soldados envolvidos na guerra são reservistas, longe de suas famílias e trabalhos há quase dois anos. A fadiga e o risco de deserções tornam cada vez mais difícil sustentar operações militares contínuas ou uma eventual ocupação prolongada da região.

A guerra parece longe do fim — e o antigo impasse sobre a natureza do cessar-fogo segue sendo o maior obstáculo para a paz.

Pedro

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