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Segurança

O Esquartejador de Videira: A História Sombria do Maníaco do Serrote

Uma série de crimes brutais chocou Santa Catarina no início dos anos 2000 e revelou um dos assassinos mais frios do estado

Luan

Luan

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A pacata cidade de Videira, no Meio-Oeste de Santa Catarina, se tornou palco de uma das histórias mais macabras da crônica policial brasileira. Entre 1999 e 2002, uma sequência de desaparecimentos e assassinatos expôs a mente doentia de Irineu Carlos Nórdio, um homem de aparência inofensiva que escondia um lado cruel.

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Conhecido como o “Maníaco do Serrote”, ele confessou matar, esquartejar e descartar os corpos de suas vítimas no rio. Os crimes chocaram a população e até hoje são lembrados como um dos episódios mais assustadores da história criminal do estado.

O desaparecimento de Juvenira Moraes de Oliveira

A primeira vítima confirmada de Irineu foi Juvenira Moraes de Oliveira, cozinheira de 36 anos que trabalhava na boate Talismã. Em 1999, ela desapareceu misteriosamente. Sua bolsa foi encontrada em casa intacta, como se tivesse saído apenas para o trabalho e nunca mais voltado.

A investigação, na época, encontrou poucos indícios do que poderia ter acontecido com a mulher. Mas um detalhe chamava atenção: testemunhas afirmaram que Juvenira foi vista na companhia de Irineu antes de sumir. O caso esfriou e ficou sem solução até que outro crime ocorreu de forma semelhante.

O sumiço de Erci Maria Mendes, a “Lebrinha”

No ano seguinte, em 2000, Erci Maria Mendes, conhecida como “Lebrinha”, uma operária de 37 anos, foi vista pela última vez na garupa da motocicleta de Irineu. Era noite e os dois haviam participado de um comício em Salto Veloso.

Dias depois, pedaços do corpo de Erci começaram a aparecer no Rio Veloso, na divisa entre Salto Veloso e Arroio Trinta. Sua perna esquerda e o tronco foram encontrados, mas a cabeça nunca foi localizada. A brutalidade do crime indicava que o assassino havia esquartejado a vítima com um serrote, método que mais tarde ficaria marcado no histórico do criminoso.

A prisão de Irineu Carlos Nórdio

O estopim para a descoberta da mente doentia de Irineu aconteceu em outubro de 2000, quando ele foi preso pelo assassinato de Valderes Amarante Xavier, um fiscal de 23 anos. Na noite do crime, Valderes estava dentro de um carro na companhia de sua namorada, Maristela, quando foi brutalmente atacado. Irineu disparou três tiros e usou pedras para matar o jovem. Depois, sequestrou Maristela e a levou à força para sua casa, onde a manteve em cativeiro.

Quando as autoridades prenderam Irineu, descobriram um homem friamente calculista, com tendências psicopatas. Durante os interrogatórios, ele confessou o assassinato de Juvenira e Erci, além do recente homicídio de Valderes.

Os detalhes foram estarrecedores: Juvenira foi atraída para sua casa e morta por asfixia. Em seguida, Irineu tentou queimar o corpo e, quando não conseguiu, o esquartejou, descartando as partes no rio. Com Erci, o mesmo ritual macabro foi seguido: ele a asfixiou, usou um serrote para desmembrar o corpo e lançou os pedaços na água.

“Ele parecia uma pessoa tranquila”, diz ex-vizinha

Após a prisão, moradores de Videira ficaram em choque. “Ele era um cara quieto, ninguém imaginava que era capaz de uma barbaridade dessas”, disse uma ex-vizinha que pediu anonimato. “Ele andava pela cidade como qualquer um, vendia bilhetes, mas em casa tinha coisas estranhas. Ninguém sabia o que ele fazia ali dentro”.

De fato, a casa onde Irineu morava escondia um cenário perturbador. Revistas pornográficas, fitas eróticas e objetos suspeitos foram encontrados no local, indicando um comportamento obsessivo e possivelmente sádico.

A condenação e um novo crime bárbaro na prisão

Em agosto de 2002, Irineu foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelo homicídio de Juvenira. Antes disso, já havia recebido uma pena de 29 anos e 4 meses pelos assassinatos de Erci e Valderes. Ele foi enviado para tratamento psiquiátrico no Manicômio Judiciário de Florianópolis, onde, mesmo encarcerado, sua violência ainda não havia chegado ao fim.

Pouco tempo depois, em 11 de agosto de 2002, Irineu protagonizou mais um crime brutal: assassinou seu companheiro de cela, Nelson Ferreira de Araújo, com impressionantes 165 estocadas. Como se não bastasse, mutilou o corpo da vítima e, no dia seguinte, cortou a ponta de sua língua e jogou no vaso sanitário.

Esse último ato de selvageria aumentou ainda mais sua pena, e os laudos psiquiátricos confirmaram que ele era incapaz de conviver em sociedade.

O destino do “Maníaco do Serrote”

Atualmente, Irineu Carlos Nórdio continua cumprindo pena no Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina. Em 2017, boatos de que ele estaria prestes a ser solto se espalharam pela internet, gerando pânico na população. No entanto, autoridades desmentiram a informação, alegando que sua periculosidade impede qualquer possibilidade de liberdade.

A história do Esquartejador de Videira continua sendo um dos casos mais macabros da justiça catarinense e um alerta sobre a necessidade de um sistema rigoroso para lidar com criminosos de alta periculosidade.

Este caso permanece na memória da cidade de Videira e de Santa Catarina como um dos episódios mais brutais já registrados. A brutalidade dos crimes e a frieza do assassino revelaram o lado mais sombrio da mente humana, deixando um legado de terror e perplexidade.


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