Menu
Joaçaba

Operação Balthus: Advogado de Joaçaba é condenado a quase 10 anos de prisão em regime fechado

A Operação Balthus investigou o uso da profissão para comunicação ilícita entre presos e lavagem de capitais.

Éder Luiz

Éder Luiz

Compartilhe:

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) obteve a condenação dos réus envolvidos na Operação Balthus, esquema investigado na região de Joaçaba que utilizava as prerrogativas da advocacia para facilitar a comunicação entre integrantes de uma facção criminosa e movimentar dinheiro do tráfico de drogas.

A sentença mais pesada recaiu sobre um advogado de Joaçaba, apontado como peça central do esquema. Ele foi condenado a nove anos, nove meses e 14 dias de prisão em regime fechado. Os crimes atribuídos a ele são organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou que ele não terá o direito de recorrer em liberdade.

O esquema e as demais condenações

Segundo a denúncia do MPSC, o advogado atuava não apenas na defesa jurídica, mas como um elo de comunicação (o chamado “pombo-correio”), levando e trazendo informações de dentro do presídio para faccionados em liberdade. Além disso, a investigação apontou que ele movimentou milhões de reais oriundos do crime para atender aos interesses da facção.

A ex-esposa do advogado também foi sentenciada. Ela recebeu uma pena de três anos e nove meses em regime aberto pelo crime de lavagem de dinheiro, acusada de auxiliar na movimentação financeira ilícita. Mas, na decisão, o judiciário absolveu de forma categórica a ré do delito de integrar Organização Criminosa

O esquema contava ainda com a participação de duas advogadas, sócias do escritório. Ambas foram condenadas a cinco anos, um mês e sete dias de prisão em regime semiaberto pelo crime de organização criminosa.

Um detento, que já cumpria pena e participava do esquema de dentro da unidade prisional, teve acrescidos à sua condenação mais cinco anos, cinco meses e 18 dias de prisão.

Possibilidade de recursos

O processo tramita em segredo de justiça. O MPSC informou que está avaliando a sentença para decidir se irá recorrer em segunda instância com o objetivo de aumentar as penas aplicadas. As defesas dos condenados também podem recorrer da decisão.

Entenda a Operação

A Operação Balthus foi deflagrada em junho do ano passado pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) e pelo GEFAC, com apoio da 3ª Promotoria de Justiça de Joaçaba.

O nome da operação é uma referência a um tipo de nó de gravata complexo, simbolizando a trama envolvendo os profissionais da lei. Na época, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Joaçaba, Capinzal, Ouro, Água Doce e Piratuba.

A investigação desmantelou a rede que usava a imunidade e o acesso facilitado de advogados aos presídios para manter a cadeia de comando do crime organizado ativa.


Compartilhe: