Menu
Foto: Facebook/Divulgação/ND
Estado

PM confunde infarto com embriaguez e dentista morre em cela em SC

Em nota, a PMSC afirma que dentista não estava em condições de fazer o teste do bafômetro e que constatou que ele estava bêbado

Luan

Luan

Foto: Facebook/Divulgação/ND

Compartilhe:

O dentista e servidor público federal Cezar Maurício Ferreira morreu em uma cela no Plantão da Polícia Civil de São José, no último sábado (19). A família de Ferreira acusa policiais militares de terem confundido um infarto com embriaguez ao volante e de terem negado atendimento médico a ele.

FIQUE POR DENTRO DAS NOTÍCIAS EM TEMPO REAL:

Conforme a PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina) e a família da vítima, na noite da última sexta-feira (18), Cezar sofreu um acidente de carro na rua Cândido Amaro Damásio, no bairro Bela Vista, em São José. O carro que dirigia, um modelo Peugeot, bateu na traseira de um Jeep Compass. A morte dele foi adiantada pelo colunista Diogo de Souza.

Conforme o advogado da família, Wilson Knöner, ele sofreu um mal súbito enquanto dirigia, o que o fez perder a consciência e bater o carro. No entanto, conforme a nota, os policiais confundiram o que seria um ataque cardíaco com embriaguez ao volante.

“Com a chegada da polícia, os sinais clássicos e visíveis de um infarto — desorientação, dificuldade de comunicação, mal-estar agudo — foram tragicamente confundidos com ‘embriaguez ao volante’. Em vez de receber o socorro médico de emergência que a situação impunha e que poderia ter salvado sua vida, Cezar foi detido.”

Segundo a PMSC, os agentes não fizeram o teste do bafômetro porque Cezar não estava em condições e, por isso, realizaram um “auto de constatação” e prenderam o dentista.

Conforme a nota oficial da PM: “Os policiais, ao conversarem com o outro condutor, perceberam que ele apresentava sinais de embriaguez. A guarnição ofereceu o etilômetro, porém ele não conseguiu realizar o teste. Seguindo os protocolos, foi realizado o auto de constatação, pois o condutor apresentava mais de um sinal de embriaguez.”

De acordo com a família, o dentista deu entrada na delegacia às 20h49 e foi encontrado morto na cela às 7h40 da manhã seguinte, no sábado (19). O laudo pericial, ao qual a Coluna Bom Dia teve acesso, atesta a ausência de “sinais de violência” e ainda pede “exames complementares” para indicar as reais causas da morte. Além disso, os peritos afirmam que coletaram o sangue de Cezar para fazer exame toxicológico.

A família acusa os policiais militares de não chamarem o socorro médico para o dentista e de não informarem a família de que ele havia sido preso. Em nota, a PMSC se colocou à disposição para esclarecer o caso, mas não confirmou se haverá uma investigação interna.

“A PMSC está à disposição para eventuais esclarecimentos sobre a ocorrência citada”, disse a nota.

Já a PCSC (Polícia Civil de Santa Catarina) afirmou que está investigando os fatos e que, na tarde de segunda-feira (21), o Delegado-Geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, pediu um relatório com “a máxima urgência”.

À coluna Bom Dia, o advogado Wilson Knöner disse que a família está em “profundo impacto da dor e do luto”, mas que pede respostas à Justiça “diante das circunstâncias que levaram à sua morte trágica e totalmente evitável”.

Fonte: ND+


Compartilhe: