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Foto: Facebook/Divulgação/ND
Estado

Policiais envolvidos na prisão de dentista encontrado morto em cela de SC começam a ser ouvidos.

Família de Cezar Maurício Ferreira afirma que ele sofreu um infarto e foi negligenciado pelas autoridades policiais.

Luan

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Foto: Facebook/Divulgação/ND

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Os policiais envolvidos na prisão do dentista Cezar Maurício Ferreira, encontrado sem vida dentro de uma cela na Central de Polícia de São José, começaram a ser ouvidos. A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Santa Catarina que investiga o caso. Além disso, a 12ª Promotoria de Justiça de São José determinou que o órgão faça investigações complementares. Segundo o Ministério Público (MPSC), somente após a apuração é que se poderá ter uma análise mais detalhada da situação.

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Cezar foi preso pela Polícia Militar na última sexta-feira (18) por suposta embriaguez ao volante. Em seguida, foi encaminhado para a delegacia, onde amanheceu morto no sábado (19). No entanto, a família do dentista alega que ele não ingeriu bebida alcoólica e que, no momento da abordagem, estava passando mal.

Nesta quarta-feira (23), a Polícia Civil informou que já deu início aos depoimentos dos policias envolvidos, tanto militares como civis, e aguarda o laudo dos exames toxicológicos “para apurar se ele estava sob efeito de alguma substância (álcool ou remédios)”. O caso tramita em sigilo.

De acordo com o advogado da família de Cezar, Wilson Knöner Campos, o MP solicitou as investigações para “verificar eventual omissão ou negligência por parte dos agentes públicos”. O prazo é de 30 dias. Foram solicitadas as seguintes informações, ainda conforme a defesa:

  • Laudo cadavérico e toxicológico;
  • Oitiva dos policiais militares para que elucidem em quais condições entregaram o preso na delegacia, bem como para que indiquem se ele apresentava algum sintoma diferente da embriaguez comum; indicando precisamente quais sinais os levaram a acreditar que Cezar estava embriagado;
  • Oitiva dos delegados e agentes de Polícia Civil que estavam de plantão noturno no dia 18 de julho, além das demais pessoas que estavam presas na Delegacia naquela noite, para que esclareçam se houve alguma reclamação por parte do conduzido; se pediu por auxílio; se apresentou sinais de mau estar; se algum agente de polícia efetivamente compareceu na cela e prestou auxílio, etc;
  • Localize, qualifique e inquira os familiares de Cezar para saber o que ele havia feito no dia dos fatos e para saber sobre problemas de saúde pretéritos dele, juntando aos autos eventual documentação pertinente.

O caso já era investigado pela Polícia Civil. Em nota na terça-feira (22), a corporação informou que o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, solicitou um relatório de inteligência da Diretoria de Inteligência (DINT/PCSC) “para que os fatos fossem devidamente apurados, com a máxima urgência”.

Já a Polícia Militar afirma que Cezar “apresentava mais de um sinal de embriaguez”, mas não detalhou quais, e alega que o carro dele estava com licenciamento vencido. Questionada pelo NSC Total se abriria uma sindicância para apurar o caso, a PM não respondeu.

O que se sabe sobre o caso

Cezar foi detido na noite de sexta-feira (18) pela Polícia Militar por embriaguez ao volante. A PM foi acionada após o dentista bater na traseira de um outro carro, na rua Cândido Amaro Damásio, no bairro Barreiros. De acordo com relatos dos agentes no boletim de ocorrência que o NSC Total teve acesso, o dentista não conseguiu responder os policiais por “estar aparentemente embriagado”. Ele também não conseguiu fazer o teste de bafômetro, ainda conforme o registro.

O dentista foi autuado por embriaguez e encaminhado à Delegacia de São José. No local, segundo relato do policial civil que recebeu a ocorrência, Cezar recusou água e comida, e foi colocado em uma cela. Entre 1h e 3h, já na madrugada de sábado (19), o atendente relatou ter ido às celas para checar a situação dos presos e o dentista respondeu que estava bem.

Às 7h40min, Cezar foi encontrado morto dentro da cela. O Samu foi acionado e constatou o óbito. Segundo o registro da Polícia Civil, um homem que estava preso ao lado do dentista relatou ter ouvido apenas um barulho e voltou a dormir durante a noite.

A defesa do dentista afirma que ele tinha problemas cardíacos, levava uma vida saudável e não bebia por motivos religiosos.

— Ao invés de ir para um hospital receber tratamento, ele foi parar em uma cela fria — afirmou Campos.

De acordo com a defesa, o laudo pericial não apontou a causa da morte e destacou a “necessidade de exames complementares”. Amostras de sangue e outras partes de Cezar foram encaminhadas para análise laboratorial e técnica. O resultado deve chegar em 15 dias, conforme o advogado.

Fonte: NSC


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