Quatro ex-prefeitos de SC viram réus na Operação Mensageiro
Denúncias envolvem suspeitas de fraude em licitações e recebimento de propina; decisões foram tomadas pela 5ª Câmara Criminal
A Justiça de Santa Catarina tornou réus, nesta quinta-feira (18), quatro ex-prefeitos investigados na Operação Mensageiro. A decisão foi tomada pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), que aceitou as denúncias apresentadas pelo Ministério Público. Com isso, os investigados passam a responder formalmente a ações penais, conforme informações divulgadas pelo NSC Total.
FIQUE POR DENTRO DAS NOTÍCIAS EM TEMPO REAL:
Tornaram-se réus são ex-prefeitos de Rio do Sul, José Thomé (PSD); de Ibirama, Adriano Poffo (MDB); de Lages, Antônio Ceron (PSD); e de Rio Negrinho, Júlio Ronconi (sem partido). As acusações apontam, em linhas gerais, para esquemas de fraude em licitações públicas, direcionamento de contratos e pagamento de propina envolvendo empresas prestadoras de serviços públicos.
No caso de Antônio Ceron, ex-prefeito de Lages, o TJSC identificou indícios de irregularidades em três processos licitatórios, com suposto favorecimento a empresas do grupo Serrana. Parte das acusações, no entanto, não foi acolhida por reconhecimento de prescrição em um dos contratos analisados. Já em relação a Adriano Poffo, de Ibirama, a denúncia foi recebida integralmente, com suspeita de recebimento mensal de propina entre 2017 e 2019, segundo o Ministério Público.

Júlio César Ronconi, ex-prefeito de Rio Negrinho, é acusado de ter recebido cerca de R$ 1,46 milhão em propinas, somando valores durante e após o mandato, também em contratos ligados à empresa Serrana. Em Rio do Sul, o processo contra José Thomé aponta práticas de superfaturamento, manipulação de licitações e repetição do mesmo modelo criminoso identificado em outros municípios investigados pela operação. Em ambos os casos, as denúncias foram aceitas integralmente.
O que dizem as defesas
O ex-prefeito de Rio Negrinho, Júlio César Ronconi, é representado pelos advogados Jorge Henrique Goulart Schaefer Martins e Bernardo Lajus dos Santos, que se posicionaram através de nota. Confira:
“O recebimento da denúncia constitui um juízo inicial e sumário, que não importa em análise aprofundada do mérito.
A defesa recebe a decisão com serenidade, confia plenamente no regular funcionamento das instituições e está convicta de que, ao longo da instrução processual, ficará demonstrada a inexistência de responsabilidade penal do acusado, com o consequente reconhecimento de sua inocência ao final do processo.
Já a defesa do ex-prefeito de Rio do Sul, José Thomé, informou que “provará sua inocência, pois, nenhuma irregularidade cometeu” e que, enquanto o cliente esteve na prefeitura, a “administração sempre foi pautada na mais absoluta higidez e legalidade”.
A defesa do ex-prefeito de Lages, Antônio Ceron, afirmou que não irá se pronunciar.
O NSC Total procurou a defesa do ex-prefeito Adriano Poffo, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto.
Condenação
Ainda nesta quinta-feira, o prefeito de Imaruí, Patrick Corrêa (Republicanos), foi condenado a 22 anos e 10 meses de prisão por crimes relacionados à Operação Mensageiro. A sentença prevê reclusão em regime fechado e semiaberto, além de multa e perda de valores. Apesar da condenação, ele poderá permanecer no cargo enquanto houver possibilidade de recurso, conforme a legislação.
Deflagrada em dezembro de 2022, a Operação Mensageiro investiga um amplo esquema de corrupção envolvendo contratos de coleta de lixo, abastecimento de água e iluminação pública em Santa Catarina. Desde o início, a operação já levou à prisão de diversos prefeitos e agentes públicos, tornando-se uma das maiores investigações contra corrupção municipal no Estado, segundo levantamento do NSC Total.
Nos siga no
Google News