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Brasil

Saiba quem são os presos em operação que desmantelou quadrilha que aplicava golpes em idosos

Prisões foram cumpridas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Alagoas, Ceará e Bahia

Luan

Luan

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Um vereador e seis advogados estão entre os 13 presos na Operação Entre Lobos, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) na terça-feira (22). A investigação mira um esquema de fraudes milionárias contra idosos.

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A operação foi deflagrada em cidades de Santa Catarina, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas. Alguns dos suspeitos presos estão inscritos nas atividades jurídicas. A operação desmantela um esquema de fraudes bancárias contra idosos, aposentados e pessoas vulneráveis no Brasil.

Suspeitos presos em Santa Catarina

Em Santa Catarina foram presas sete pessoas em diferentes regiões do estado. Veja abaixo:

Chapecó

  • Sócio-administrador da Ativa Precatórios, João Paulo Ferronato (prisão preventiva);
  • Advogado Pablo Augusto Urqueta Gomez, com registro na subseção da OAB de Palmitos (prisão preventiva).

Xanxerê e Xaxim

  • Em Xanxerê, a advogada Gabriele Juli Gandolfi, da OAB local (prisão temporária);
  • Já em Xaxim, o advogado e atual vereador do município, Uilian Cavalheiro, inscrito na subseção da OAB de Xaxim (prisão preventiva).

Itapiranga, Pinhalzinho e Irineópolis

  • Em Pinhalzinho, foi presa Ilete Maria Rodrigues de Farias (prisão temporária);
  • Em Itapiranga, a polícia prendeu Jacinta Maria Nyland (prisão temporária);
  • Já em Irineópolis, foi presa Mirian Kelli Klodzinski (prisão temporária).

Prisões em outros estados

Rio Grande do Sul

  • Foi preso na cidade de Planalto, Leonel Paludo (prisão temporária).

Ceará

  • Cientista em Inteligência Jurídica Aplicada, Osvaldo Janeri Filho (prisão preventiva);
  • Advogada Laliane Correia de Arruda, inscrita no conselho seccional do Ceará (prisão preventiva);
  • Advogada Thais de Mendonça Angeloni, inscrita no conselho seccional do Ceará (prisão preventiva).

Bahia

  • Advogado Julio Manuel Urqueta Gomez Júnior, om registro ativo na OAB em Chapecó (prisão preventiva);
  • Advogada Cassiane Rigo, também vinculada à subseção chapecoense (prisão preventiva).

O ND Mais tentou contato com o escritório de advocacia onde atuavam os advogados Pablo Augusto Urqueta Gomez, Julio Manuel Urqueta Gomes Júnior e Cassiane Rigo. As tentativas foram feitas por telefone e mensagens durante a manhã desta quarta-feira (23), mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.

Também buscamos a defesa do vereador Uilian Cavalheiro, de Xaxim, mas não conseguimos contato com o responsável. O escritório onde ele atua informou que não é alvo de investigação por parte do Gaeco nem de qualquer outro órgão.

“Seguimos com todas as nossas atividades jurídicas em pleno funcionamento, com o compromisso de sempre: responsabilidade, seriedade e respeito aos nossos clientes. Nosso time segue atuando com dedicação para garantir o andamento regular dos processos e a qualidade dos serviços prestados”, declarou o escritório em nota.

Tentamos ainda contato com Osvaldo Janeri Filho e Thais de Mendonça Angeloni, por telefone e mensagem, mas também não obtivemos retorno até a publicação da matéria.

Não foi possível localizar os contatos das defesas de João Paulo Ferronato, Gabrieli Juli Gandolfi, Ilete Maria Rodrigues da Farias, Jacinta Maria Nyland, Mirian Kellu Klodzinsky, Leonel Paludo e Laliani Correia de Arruda.

O espaço segue aberto para a manifestação de todos os citados.

O que diz a Câmara de Vereadores de Xaxim?

A Câmara Municipal de Vereadores de Xaxim informou que não emitirá posicionamento sobre o assunto tendo em vista que não há qualquer vinculação com o mandato legislativo.

“Por fim, informamos que, utilizando de suas prerrogativas institucionais, o vereador Uilian Cavalheiro solicitou licença desta Casa”, disse o Legislativo em nota.

O que diz a OAB?

A OAB/SC informo, em nota, que está acompanhando o caso desde que foi comunicada pela autoridade policial para acompanhar as diligências. A instituição acompanhou as buscas, apreensões e prisões, que exigiam a sua participação.

Neste momento, a OAB/SC diz que segue monitorando os desdobramentos da operação e aguarda os relatórios para avaliação pelo setor de Ética, que irá analisar se há necessidade de medidas disciplinares, como eventual suspensão do exercício profissional dos advogados envolvidos.

“Destacamos o trabalho coordenado pela nossa Diretoria de Defesa de Prerrogativas e sua equipe, que desde o início tem atuado com total diligência no acompanhamento do caso junto aos advogados envolvidos, conforme previsão legal”, disse a Ordem.

A OAB/SC destaca que lamenta profundamente qualquer situação que envolva advogados em fatos dessa natureza, mas reforça que permanece atenta, firme e atuante em defesa da legalidade e da ética profissional.

Da mesma forma, a OAB de Chapecó informou, por meio de seu presidente, o advogado Guilherme de Oliveira Matos, que está acompanhando a situação e aguarda a conclusão das investigações para, posteriormente, se for o caso, vai instaurar um procedimento administrativo disciplinar.

Como o esquema de fraudes milionárias contra idosos foi descoberto?

O esquema de fraudes milionárias foi descoberto quando vítimas procuraram a Promotoria de Justiça de Modelo, no Oeste de Santa Catarina, para relatar os prejuízos sofridos. A partir daí, o Gaeco identificou dois escritórios de advocacia com nomes de fachada, mais de 200 vítimas e mais de R$ 30 milhões bloqueados pela Justiça.

Do que eles são suspeitos?

Conforme o coordenador estadual do Gaeco, Wilson Paulo Mendonça Neto, os presos são suspeitos de envolvimento em uma organização criminosa que operava um esquema interestadual de estelionato contra pessoas idosas com fraudes milionárias.

Além de desarticular o esquema, o Gaeco busca punir os responsáveis e ressarcir as vítimas afetadas pelo golpe.

Mendonça também detalhou a operação, mencionando que os criminosos tinham ramificações em pelo menos quatro estados, além de Santa Catarina, onde aplicavam as fraudes milionárias.

A organização atua desde o final de 2022, e o golpe começava quando os captadores buscavam as vítimas em casa, oferecendo um serviço de revisão de contratos bancários.

Fonte: ND+


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