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Foto: Jonatã Rocha / SECOM GOVSC
Economia

Tarifaço dos EUA segue afetando Santa Catarina, e indústria cobra acordo amplo

Corte parcial anunciado por Donald Trump exclui os principais produtos exportados por SC, e setor produtivo pressiona por fim total das taxações.

Luan

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Foto: Jonatã Rocha / SECOM GOVSC

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A decisão recente do governo dos Estados Unidos de reduzir parte das tarifas aplicadas a produtos brasileiros não trouxe alívio para Santa Catarina. Conforme destacou o NSC Total, o anúncio feito pelo presidente Donald Trump — que retirou a taxação de 40% sobre itens como carne bovina, café, cacau, sucos e frutas tropicais — não contempla os principais produtos catarinenses enviados ao mercado norte-americano.

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O corte beneficia apenas setores já parcialmente desonerados anteriormente. Enquanto isso, mercadorias de maior valor agregado, como madeira, móveis, motores elétricos, autopeças e compressores — pilares das exportações de SC — seguem sujeitas ao tarifaço. A manutenção dessas barreiras preocupa empresários catarinenses, que alertam para o risco de perda de competitividade e para estoques cada vez menores nos EUA.

Diante do cenário, representantes da indústria defendem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reabra conversas com Trump para buscar um acordo mais amplo que elimine completamente as taxas para todos os setores. A avaliação é de que apenas um entendimento geral pode estancar os prejuízos acumulados desde o início da taxação, que já comprometeu um dos mercados mais importantes para o estado.

O impacto direto no consumidor americano também tem sido apontado como um motivador para a mudança parcial. Com a inflação pressionando preços de alimentos, itens como carne bovina e café ficaram mais caros para o público dos EUA — fator que teria acelerado a flexibilização limitada anunciada por Trump.

Lula avalia medida como positiva, mas indústria quer mais

Após ser informado sobre o recuo parcial, o presidente Lula classificou a decisão como um avanço no diálogo bilateral. Em vídeo divulgado nesta quinta-feira, ele afirmou que a medida é resultado das conversas mantidas entre os dois governos. Lula também mencionou que espera fortalecer essa interlocução e buscar a eliminação de qualquer impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos.

Esse é exatamente o pleito do setor produtivo catarinense. Empresários pressionam para que o acordo em negociação avance, trazendo o fim definitivo da taxação de 50% que continua incidindo sobre setores estratégicos da economia.

Santa Catarina é uma das unidades da federação mais atingidas pelo tarifaço, já que os Estados Unidos historicamente ocuparam o posto de principal destino das exportações estaduais — responsável por cerca de 15% do faturamento do setor. Desde a adoção das taxas mais altas, esse volume tem recuado gradualmente, ainda que parte das vendas siga ocorrendo devido a contratos anteriores, já próximos do fim.


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