Terapia genética desenvolvida nos EUA mostra potencial contra o Alzheimer
Nova abordagem busca preservar a memória e reverter danos cerebrais, mas ainda não está pronta para testes em humanos.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), deram um passo promissor no combate ao Alzheimer. Eles desenvolveram uma nova terapia genética que pode preservar a memória e proteger o cérebro, oferecendo uma abordagem diferente dos tratamentos atuais disponíveis.
Ao contrário dos medicamentos tradicionais, que focam na remoção de proteínas acumuladas no cérebro — principal característica da doença — a nova terapia busca modificar o comportamento das células cerebrais, com o objetivo de interromper ou até reverter o avanço da enfermidade.
O Alzheimer atinge milhões de pessoas no mundo. No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas vivem com a doença, e a estimativa é que esse número quadruplicate nas próximas décadas.
Resultados promissores em testes com animais
A nova técnica foi testada em camundongos com sintomas da doença. Os resultados mostraram que os animais tratados conseguiram manter a função de memória ligada ao hipocampo, uma das primeiras áreas do cérebro a ser afetada pelo Alzheimer.
Além disso, o padrão de expressão genética dos camundongos tratados se assemelhou ao de animais saudáveis da mesma idade, indicando que a terapia ajuda a restaurar o funcionamento das células cerebrais.
Ainda sem testes em humanos
Embora os resultados sejam animadores, os cientistas reforçam que ainda são necessários mais estudos antes de iniciar testes clínicos com humanos. A pesquisa foi publicada na revista científica Signal Transduction and Targeted Therapy.
O estudo é liderado por Brian Head, Ph.D., professor de anestesiologia na Faculdade de Medicina da UC San Diego, em parceria com a pesquisadora Shanshan Wang, MD Ph.D.
A tecnologia da terapia genética foi licenciada pela universidade para a empresa Eikonoklastes Therapeutics, que já obteve da FDA (agência reguladora dos EUA) a Designação de Medicamento Órfão para o uso da mesma tecnologia em tratamentos contra a esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Lou Gehrig.
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