Tragédia com balão: Famílias de vítimas se mobilizam após inquérito sem indiciados
Grupo questiona conclusão do inquérito policial e busca nova análise do caso pelo MPSC.

As famílias das vítimas do acidente com balão que matou oito pessoas em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, planejam buscar o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) após a conclusão do inquérito policial sem o indiciamento de nenhum responsável.
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O advogado Rafael Medeiros, que representa a família de Leandro Luzzi, uma das vítimas fatais, informou que o grupo realiza nesta quarta-feira (9) uma assembleia de fundação da associação das famílias das vítimas do acidente. Segundo Medeiros, a formalização da associação marca o início de uma nova etapa na busca por responsabilizações.
— A partir dessa formalização, vamos entrar em contato com o Ministério Público para agendar uma reunião e entender os próximos passos. O MP não é obrigado a acatar o que foi concluído no inquérito policial. Ele é o titular da ação penal e decidirá se vai ou não denunciar o piloto criminalmente, além de avaliar se há outras pessoas que possam ter responsabilidade — continuou o advogado.
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Mesmo com a criação da associação, cada família, conforme ele, pode procurar individualmente o Ministério Público, por meio de seus respectivos advogados. De acordo com o defensor, o objetivo é compreender o posicionamento da Promotoria e solicitar uma reunião com o promotor responsável pelo caso.
As famílias também criticam o que consideram falhas graves na condução do inquérito policial. Medeiros apontou que o documento apresenta inconsistências e deixa de considerar evidências importantes. Para ele, há diversos elementos nos autos que indicam possíveis responsabilidades não apenas do piloto, mas também da empresa responsável pelo voo e de órgãos que deveriam fiscalizar a atividade.
O que diz MPSC e defesa do piloto
O MPSC informou, por meio de nota, que o processo tramita em segredo de justiça, com nível 4 de sigilo, considerado elevado, conforme determinação judicial. O órgão confirmou que recebeu o inquérito policial na tarde de terça-feira (8) e que o material será analisado pela Promotoria de Justiça antes de qualquer decisão sobre eventuais denúncias.
Já a defesa do piloto do balão, Elves de Bem Crescencio, informou que não pode se manifestar sobre o caso porque está em segredo de justiça.
Relembre o caso
O acidente aconteceu por volta das 8h do dia 21 de junho de 2025, quando o piloto e 20 turistas decolaram em um balão da empresa Sobrevoar, próximo à Cachoeira Nova Fátima, em Praia Grande. Minutos após o início do voo, o balão começou a pegar fogo.
Segundo relato de Elves à polícia, as chamas teriam começado em um maçarico auxiliar que estava no chão do cesto e se espalharam rapidamente. O piloto afirmou que tentou usar um extintor de incêndio, que não funcionou, e realizou um pouso de emergência, orientando os passageiros a saltarem quando o balão tocasse o solo.
Treze pessoas conseguiram pular e sobreviver, mas, com o alívio de peso e o fogo, o balão voltou a subir, levando as oito vítimas que não conseguiram escapar.
Fonte: NSC
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