Na tarde desta segunda-feira, 12, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Polícia da Comarca de Abelardo Luz, deflagrou uma operação que culminou na apreensão de aparelhos celulares e na identificação de um homem, de 33 anos, apontado como o responsável por administrar três perfis no Instagram usados para disseminar informações falsas e ofensivas. A operação, realizada com o apoio dos agentes da Operação Protetor, marca um avanço significativo na luta contra o uso criminoso das redes sociais para a disseminação de fake news.

Os perfis em questão, que acumulavam mais de 30 mil seguidores, foram criados em fevereiro de 2024 e, desde então, vinham sendo usados para propagar conteúdo difamatório, sem qualquer verificação de sua veracidade. As postagens, muitas delas voltadas a atingir figuras políticas e públicas, criaram um ambiente de tensão e insegurança na pequena cidade de Abelardo Luz, no Oeste catarinense.

As investigações, conduzidas pela Polícia Civil, começaram após a denúncia de pelo menos 10 vítimas que procuraram a Delegacia de Polícia para relatar os ataques sofridos. As ofensas, que envolviam crimes como injúria, difamação, calúnia e até a divulgação de segredos, eram alimentadas por informações recebidas de terceiros, mas publicadas sem qualquer escrutínio. Segundo a polícia, o conteúdo tinha, em sua maioria, motivações eleitorais, numa tentativa de manipular a opinião pública local.

Com a análise de diversos dados e um intenso trabalho investigativo, a polícia conseguiu rastrear a origem das postagens até o suspeito, residente em Abelardo Luz. A ação de hoje incluiu o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa do investigado, deferido pela Justiça após manifestação favorável do Ministério Público.

Durante a operação, que contou com a colaboração do próprio suspeito, foram apreendidos cinco aparelhos celulares que agora serão submetidos a perícia técnica. A expectativa é que o material recolhido possa revelar mais detalhes sobre a operação dos perfis e, possivelmente, a participação de outras pessoas no esquema.

As postagens realizadas pelos perfis não apenas afetaram a reputação das vítimas, mas também desencadearam uma onda de violência na cidade, com relatos de disparos de arma de fogo, ameaças e lesões corporais, evidenciando o impacto grave que a disseminação de fake news pode ter sobre a ordem pública.

A Polícia Civil agora concentra esforços na continuidade das investigações, com a possibilidade de que novas pessoas envolvidas no caso sejam identificadas e responsabilizadas criminalmente. A operação envia uma mensagem clara sobre a determinação das autoridades em combater o uso malicioso das redes sociais, que tem o potencial de semear discórdia e violência em comunidades.

A polícia reforça que a propagação de mentiras e fake news não é apenas um ato irresponsável, mas um crime que pode ter consequências sérias e duradouras. Com o avanço das investigações, outras medidas podem ser adotadas para garantir que os responsáveis sejam levados à Justiça.