Pix Automático deve atrair US$ 30 bilhões em dois anos só no comércio eletrônico; entenda como vai funcionar

Banco Central prevê lançar o recurso em junho para facilitar pagamentos recorrentes.

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Foto: Shutterstock
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O Pix Automático deve movimentar ao menos US$ 30 bilhões (R$ 177,3 bilhões) nos dois primeiros anos de funcionamento apenas no comércio eletrônico, segundo estudo divulgado pela empresa especializada em tecnologia para pagamentos Ebanx nesta terça-feira (28).

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O Banco Central prevê lançar em junho o Pix Automático, modalidade que promete facilitar o agendamento de pagamentos recorrentes. O Pix hoje movimenta mais de R$ 2 trilhões por mês em pagamentos e transferências, segundo dados do BC.

"Ele (Pix Automático) tende a ser muito grande e muito relevante", afirmou o vice-presidente de produto do Ebanx, Eduardo de Abreu, uma vez que segmentos do comércio eletrônico como serviços de streaming e empresas de "software as a service" têm um modelo de negócios baseado em receitas recorrentes.

O Pix Automático permitirá o agendamento de pagamentos com recorrência semanal, mensal, trimestral ou anual, em um serviço gratuito para os clientes e que será ofertado pelas empresas —o que o diferencia do já em funcionamento Pix Agendado Recorrente, que é executado pelos usuários.

Embora Abreu veja o cartão de crédito como o principal rival do Pix Automático no comércio eletrônico, ele avaliou que a maior parte do crescimento do novo recurso nos seus primeiros dois anos de operação deve vir de novos clientes, hoje sem cartão ou sem limite para acessar esses serviços.

Citando dados da empresa de pesquisa e inteligência PCMI, o estudo aponta que o Pix Automático ganharia cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,82 bilhões) de mercado do cartão de crédito no primeiro ano de funcionamento, sem detalhar o desempenho no ano seguinte.

No total, o cartão de crédito movimenta aproximadamente US$ 50 bilhões (R$ 295,5 bilhões) em pagamentos recorrentes anualmente no comércio eletrônico brasileiro, segundo o estudo, realizado pelo Ebanx com dados internos e de outras empresas.

O Pix Automático pode ser maior que as estimativas do Ebanx, já que o estudo não inclui o mercado além do comércio eletrônico, como contas de água e luz, hoje quitadas por meios de pagamento como o boleto e o débito automático, que demandam contratos bilaterais entre as companhias e os bancos.

O mecanismo ainda possibilitará centralizar em apenas um banco, com a vantagem de ofertar liquidação instantânea, o que não ocorre nas outras modalidades de pagamento.

Alexandre Albuquerque, analista sênior da Moody's Ratings, disse que os bancos não devem ser muito afetados pelo Pix Automático, já que possuem receitas diversificadas e vêm oferecendo benefícios para segurar clientes no cartão de crédito, como o cashback.

Fonte:

Folha de S. Paulo

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