A polêmica sobre os esquentas antes das noites do Carnafolia foi motivo de uma reunião em Joaçaba. Polícia Civil e Militar, Ministério Público, integrantes dos blocos, organização do evento e prefeitura municipal enviaram representantes para debater o assunto. A grande preocupação é que os esquentas se transformem em festas raves, proibidas em Santa Catarina desde 2003.

Na tarde desta terça-feira, 08, o Promotor Rafael Meira Luz, da 1ª Promotoria de Justiça da comarca, recebeu o ederluiz.com para falar sobre a reunião e a polêmica dos últimos dias. O encontro para debater os esquentas foi provocado pela administração municipal, que é responsável pelo Carnafolia. Foi a oportunidade dos blocos explicarem melhor que tipo de festas paralelas estarão promovendo. Segundo o promotor, muitas eram as informações e comentários, mas nada de oficial havia sido repassado até então. Toda e qualquer festa que reúna grande número de pessoas necessita de uma prévia liberação por parte da polícia civil. “Os blocos reúnem muita gente e nestas festas não será diferente, por isso as responsabilidades são as mesmas de qualquer evento. Uma série de medidas terão que ser cumpridas conforme regulamenta a lei para que estas festas aconteçam”. Explica o promotor, que acredita que se bem organizados os esquentas podem ser um diferencial para os integrantes dos blocos. “Se tudo for feito dentro da lei não vejo problemas. É até uma maneira de valorizar os integrantes dos blocos, oferecendo outras opções. Desta forma se demonstra até uma profissionalização dos blocos e do Carnafolia, que é o que todos esperam. “ Completou. Todos os representantes de blocos presentes a reunião concordaram em cumprir as exigências para que as festas aconteçam. As documentações devem ser encaminhadas já nos próximos dias para a polícia civil. Os argumentos terão que convencer a polícia de que não se tratam de raves. “PROIBIÇÃO DE DESTILADOS” O promotor também informou que durante a reunião foi discutido outro assunto que vem merecendo comentários, a proibição de se comercializar bebidas destiladas. Segundo Rafael Meira Luz, não houve uma proibição e sim uma sugestão, que partiu do Juiz Alexandre Bhur, da vara da Infância, para evitar a mistura de bebidas, o que leva mais facilmente, por exemplo, a situações de comas alcoólicos. “Esta sugestão do juiz foi feita numa reunião em que os organizadores do evento estavam presentes. Nossa preocupação é evitar problemas sérios que vinham acontecendo.Mas reforço, não foi uma proibição de que esses produtos sejam comercializados, e sim uma decisão tomada em conjunto”. Para o promotor os blocos são responsáveis por seus integrantes, embora reconheça que na maioria das vezes apenas uma ou duas pessoas acabam por causar problemas para todos os foliões. Isso tudo reflete em situações como as que estão sendo vivenciadas, com o Carnafolia perdendo seu espaço. CARNAFOLIA NA PRAÇA COM OS DIAS CONTADOS Ainda nesta semana o promotor deve entrar com uma Ação Civil Pública para que o Carnafolia deixe de ser realizado na Praça da Catedral. A ação tem os mesmos moldes da que foi aplicada no município de Caçador e que obrigou que o evento de blocos fosse realizado em outro ponto da cidade, causando menos transtornos e atrapalhos a vida dos moradores da área central. Para o promotor, está na hora de se encontrar um outro espaço também em Joaçaba. “O centro da nossa cidade não comporta eventos e shows deste tamanho. O local onde o evento acontece hoje não é adequado”. Prevendo possíveis críticas, o promotor afirma que não é contra a festa. “Não quero acabar com este ou qualquer evento, mas todos desejam que ele seja mais profissional. Assim ganha a comunidade toda e especialmente quem gosta do carnaval”. A ação não deve ser aplicada para este ano, mas a intenção é que em 2012 o município já esteja obrigado a realizar o Carnafolia em outro local. É bom começara pensar desde já.