Polícia Civil descobre que morte apontada como suicídio se trata de um feminicídio brutal

Caso aconteceu no Oeste. Autor do crime foi preso.

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Polícia Civil descobre que morte apontada como suicídio se trata de um feminicídio brutal

A Delegacia da Comarca de Palmitos em conjunto com a Divisão de Investigação Criminal - DIC de Maravilha, prendeu na manhã desta sexta-feira (28), um homem de 50 anos de idade, o ex-companheiro de uma mulher encontrada morta no dia 13 de janeiro, no Rio Uruguai, em Ilha Redonda, região turística bastante conhecida no município de Palmitos em razão da abundância de águas termais, belezas naturais e disponibilização espaços para recreação.

O corpo da mulher, que tinha 57 anos, foi encontrado boiando. O caso inicialmente foi registrado como suicídio, já que não foi possível análise minuciosa do corpo diante do estado em que se encontrava e da versão apresentada pela única “testemunha” ocular do fato, o ex-companheiro da falecida. Segundo alegado por ele na ocasião com bastante frieza, a companheira estava depressiva e decidiu tirar a própria vítima, jogando-se de um barranco situado às margens do Rio Uruguai, onde foi encontrada pelos policiais, já sem vida, pouco tempo depois. Após a análise do local do crime, da oitiva de diversas pessoas e dos exames periciais, principalmente o necroscópico, foi possível concluir com convicção que tratava-se de um feminicídio.

De acordo com a polícia, conforme apurado, a vítima foi atingida por um forte golpe desferido com objeto pérfuro-contundente na região lateral direita de sua cabeça, momento em que provavelmente desmaiou diante da violência da pancada, a qual imediatamente causou lesão cerebral. Foi comprovado também que a mulher até tentou se defender com uma das mãos, a qual teve alguns dedos parcialmente dilacerados pelo forte golpe e um anel amassado, mas não conseguiu diante da força do golpe.

Já extremamente debilitada e provavelmente desacordada, a vítima foi arrastada pelo autor barranco abaixo, momento em que sofreu outras diversas lesões corporais na parte da frente do corpo, todas identificadas durante o exame pericial. Após, a mulher foi jogada na água, em parte rasa do rio, onde seu corpo flutuou por alguns metros e acabou preso em área de vegetação, a poucos metros de distância.

"O exame pericial constatou que a vítima não morreu em virtude de um afogamento , pois em seus pulmões não foi encontrada água em grande quantidade, o que se deve justamente ao fato de ter sido jogada na água já totalmente incapacitada e sem possibilidade de resistir. Nesta condição de extrema fraqueza, o corpo nem sequer conseguiu realizar os movimentos necessários à respiração, o que também causou sinais de asfixia". Detalhou a polícia.

A investigação apurou que o casal havia recentemente se separado e que o ex-companheiro não aceitava a situação, bem como, que praticava violência doméstica contra a mulher, já tendo-a agredido e a ameaçado de morte em outras ocasiões, apesar dela ter optado por não registrar nenhum desses fatos. Inclusive, conforme testemunhas ouvidas, o agressor chegou a afirmar explicitamente em uma dessas ocasiões que mataria a mulher com uma paulada na cabeça e jogaria seu corpo no rio posteriormente.

"A vítima possuía 57 anos de idade, era natural de Rodeio Bonito, no Estado do Rio Grande do Sul, foi agricultora boa parte da vida e estava aposentada, mas ainda trabalhava junto com autor como zeladora de uma área de quiosques em Ilha Redonda, justamente o local onde o crime contra sua vida foi praticado. Deixou filhos e um neto do qual possuía a guarda e era a única responsável. A identidade da vítima e imagens do seu corpo não serão divulgadas em respeito a sua memória e aos seus familiares". informou a polícia.

O autor foi preso preventivamente e possui 50 anos de idade, nasceu no Estado do Paraná e também trabalhava no “camping” onde praticou o crime. Segundo a polícia, sua identidade não será revelada em virtude de proibição contida em lei. Ele será encaminhado ao presídio regional de Chapecó, onde aguardará a finalização das investigações e ficará à disposição da justiça durante o processo criminal

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