Produtores de ameixa e pêssego usam tecnologia para controlar geada e preservar colheita em Tangará

Fotos! Conheça o sistema de irrigação com aspersores que é a principal estratégia utilizada por produtores do Meio-Oeste.

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O gelo formado pela água protege as frutas. (Fotos: Alison Pirolli Magnagnagno)
O gelo formado pela água protege as frutas. (Fotos: Alison Pirolli Magnagnagno)

Na Linha Santa Rosa, interior de Tangará, no Meio-Oeste catarinense, produtores de pêssego e ameixa enfrentam um desafio comum durante o inverno: proteger os pomares das geadas que ameaçam destruir a produção. Para Alison Pirolli Magnagnano, engenheiro agrônomo e produtor na localidade de Santa Rosa, que conversou com o Portal Éder Luiz Notícias, a solução encontrada é o uso de um sofisticado sistema de irrigação por aspersão.

"Nosso sistema funciona através da instalação de aspersores nos pomares, que são acionados quando a temperatura começa a cair drasticamente durante a noite", explica Alison. Segundo ele, o processo é monitorado rigorosamente, e assim que a temperatura atinge cerca de 0,5°C ou 0°C, os motores são acionados para iniciar a irrigação das frutas. "Essa água, que é mais quente que o gelo, mantém o fruto a uma temperatura positiva, protegendo-o do congelamento."

A técnica de irrigação por aspersão cria uma fina camada de gelo ao redor das frutas, folhas e galhos, que na prática age como um isolante térmico. "Embora o gelo se forme, ele mantém a temperatura do miolo do fruto em zero grau, evitando que ele congele internamente e sofra danos irreparáveis", detalha o agrônomo.

Alison destaca que, sem esse sistema de controle da geada, a produção de pêssego e ameixa poderia sofrer uma perda de até 100%. "A fruta de caroço, como o pêssego, possui muita água em seu interior, especialmente quando ainda está pequena ou na fase de floração. Sem o sistema, a geada causaria a perda total da colheita", alerta.

O trabalho de proteção é exaustivo. Durante as noites mais frias, Alisson e sua equipe monitoram a temperatura continuamente, cuidando para que não haja vazamentos ou falhas no sistema. "Passamos a noite inteira em alerta, e pela manhã, quando a temperatura começa a subir, desligamos os motores. O próprio sol se encarrega de derreter o gelo formado nas frutas", explica.

O relato de Alison Pirolli Magnagnano é acompanhado de imagens capturadas durante o processo de irrigação noturna, ilustrando o esforço dos produtores para salvar a produção de pêssego em um cenário desafiador. As fotos mostram o gelo formado nas frutas e folhas, um testemunho visual da técnica que tem garantido a sobrevivência dos pomares frente ao rigoroso inverno de Santa Catarina.


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