Professor que enalteceu ataque em Blumenau terá que usar tornozeleira eletrônica
Polícia recebeu pelo menos quatro denúncias contra o profissional de Joinville.
O professor de Joinville, no Norte do Estado, que teria enaltecido o ataque em Blumenau vai ter que usar tornozeleira eletrônica. Ele também está impedido de dar aula ou chegar a menos de 50 metros de qualquer escola, sendo ela pública ou privada. A decisão foi neste domingo (9) do juiz de plantão Yhon Tostes, diretor do Foro da comarca de Joinville.
De acordo com a decisão que o ND+ teve acesso, o docente está proibido de manter contato (por qualquer meio de comunicação) com qualquer estudante que tenha sido seu aluno ou presenciado os fatos. Ele também não pode chegar a menos de 50 metros dos estudantes.
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A decisão do juiz Yhon Tostes ainda destaca que deve ser feita uma “competente e cautelosa apuração administrativa e policial sobre os gravíssimos relatos apresentados”. O docente ainda será intimado e terá 48h para passar a usar o equipamento de monitoramento.
De acordo Vinícius Ferreira, delegado responsável pelo caso, as testemunhas vão começar a ser ouvidas a partir desta segunda-feira (10).
O objetivo da suspensão do professor é para garantir que as investigações sejam feitas sem interferências. “Foi feita uma representação de urgência e as investigações seguem em andamento para esclarecer o caso”, conta o delegado. O episódio não está mais em segredo de justiça.
Várias denúncias
Quatro pessoas acionaram a Polícia Civil para denunciar o professor da rede estadual de Joinville que apoiou o ataque em creche de Blumenau, que terminou com a morte de quatro crianças.
De acordo com o delegado Vinícius Ferreira, responsável pelo caso, dois pais e dois estudantes procuraram a polícia — os relatos foram feitos após o caso ser publicado com exclusividade pelo AN na última sexta-feira (7).
Entre as denúncias estão também casos de racismo, homofobia, xenofobia e intolerância religiosa, por exemplo. Uma das denunciantes, inclusive, estava na sala de aula quando o professor disse que “mataria uns 15, 20. Entrar com dois facões, um em cada mão e ‘pá’. Passar correndo e acertando”, se referindo ao ataque a creche.
Ainda conforme o delegado, as denúncias foram realizadas pelo telefone disponibilizado pela Polícia Civil. Para Vinícius Ferreira, os relatos são importantes para a investigação do caso. "Servem para compreender a gravidade da ação. Aparentemente, não se trata de um caso isolado dentro da sala de aula", afirma.
A princípio, o episódio será tratado como apologia ao crime por causa da fala incitando ódio e endossando a assassinato de crianças no ambiente escolar de Blumenau.
Tanto os estudantes como as famílias pedem a expulsão do professor. A Secretaria de Estado de Educação informou, em nota, que "está tomando todas as medidas cabíveis" e fará a "verificação dos fatos para dar andamento ao processo". No entanto, em nenhum momento menciona um possível afastamento do docente.
Entenda
Em um vídeo que tem circulado nas redes sociais, o professor apoia o ocorrido em Blumenau e sugere atos de violência. A reação dos alunos é de revolta. “Absurdo”, diz uma estudante.
Conforme relato de outros alunos, além desta fala violenta, o professor em questão já agiu diversas vezes com posturas de agressividade e teria, inclusive, agredido um estudante e virado uma carteira em outro aluno. O docente também teria se gabado das agressões.