Rapaz que esquartejou duas pessoas é condenado a 10 anos de prisão
Crimes foram cometidos por Fábio da Silva em 2016 em Caçador. Ele teve a pena reduzida pela comprovação da insanidade mental.
Em júri popular realizado nesta quarta-feira, 21, no Fórum da Comarca de Caçador, Fábio da Silva, 24 anos, foi condenado a 10 anos de reclusão pela morte de Clarisse Justine de Andrade. A pena foi reduzida pela metade porque os jurados consideraram o princípio da semi-imputabilidade, ou seja, a insanidade mental do réu, comprovada através de laudo médico.
Fábio da Silva ficou conhecido como Picadinho depois que matou e esquartejou duas pessoas em 2016. Ele está preso desde a época dos crimes.
Esse foi o segundo julgamento de Picadinho. No início do ano ele foi condenado a 8 anos de reclusão pelo homicídio de Lucas Pereira. Na ocasião também foi levada em consideração a insanidade mental do réu com a pena sendo reduzida.
O júri desta quarta-feira começou às 9h e encerrou às 18h quando o juiz Gilberto Kilian dos Anjos leu a sentença.
O promotor João Paulo de Andrade, que atuou na acusação, avaliou a pena final como aquém da expectativa. Segundo ele, o Ministério Público vai recorrer. “Vamos recorrer ao Tribunal de Justiça de SC porque entendemos que a pena deveria ser maior, minimamente proporcional aos graves crimes por cometidos pelo Fábio”, disse.
A defensora pública Elaine Caroline Masnik ficou satisfeita com o resultado. De acordo com ela, mesmo os jurados considerando as qualificadoras, a estratégia principal era o princípio da semi-imputabilidade.
O réu foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado pelo motivo torpe, pelo motivo fútil, pela asfixia, pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e pela dissimulação. E também pelo crime de destruição de cadáver.
Este é o segundo júri popular de Fábio. Em abril deste ano, ele foi condenado pela morte de Lucas Pereira, que também foi esquartejado e enterrado. A sentença ficou definida em 13 anos e 2 meses de reclusão, mas depois a pena caiu para 8 anos e 7 meses após um recurso de apelação no Tribunal.
Relembre
Segundo o que foi apurado pela Polícia Civil, a vítima Clarisse foi morta por asfixia e depois esquartejada e enterrada na linha Caixa d’Água, interior de Caçador, nas proximidades da Epagri. O crime ocorreu no dia 20 de abril de 2016.
A polícia apurou que durante a noite Fábio teve relações sexuais com a vítima no carro dele, um Fiat Tempra. Na volta, a vítima foi agredida e ficou inconsciente, e depois foi morta por asfixia.
Fábio teria deixado o corpo em uma vegetação e foi embora. Na noite seguinte, ele voltou ao local após sair do trabalho e utilizou uma pá-cortadeira para esquartejar o corpo da vítima, fazendo múltiplos cortes. Em seguida, ele cavou um buraco de cerca de 90 centímetros e enterrou o corpo.
Após a confissão do denunciado e com o auxílio de cães farejadores, a Polícia Civil, IGP e bombeiros encontraram o cadáver em fase de decomposição no dia 5 de maio de 2016.
Motivação
Fábio é acusado de cometer o crime por motivo fútil. No entendimento do Ministério Público, o denunciado escolheu a vítima Clarisse por acreditar que ela teve um relacionamento amoroso com a companheira dele, quando estiveram separados. Do mesmo modo, a promotoria entende que o denunciado matou a vítima em razão de desentendimento ocorrido entra ela e sua companheira na danceteria Maria Fumaça.